sábado, 21 de maio de 2011

Erinlé Inle Ibualamo Otin

 
Oke Aro Erinlé, Ajàjá, Bábá mi.
Todos os dias quando eu acordo, lembro dos meus Caminhos…
Erinlé aponta para o amanhecer e me diz: “está vendo aquele sol ali? Agradeça a Deus que o deu a você, sem ele você não sobreviveria”. E continua: “está sentindo esse ar enchendo os seus pulmões? Agradeça a Deus que o deu a você, sem ele você não sobreviveria”. E Erinlé me pergunta: “gostou da noite que você dormiu e do conforto do seu sono? Agradeça a Deus que os deu a você, sem eles você não estaria pronto para o dia de hoje”.
E por mais este dia, Erinlé me diz: “agradeça a Deus que hoje você está vivo para aprender mais, crescer mais e evoluir mais. Agradeça a Deus que te deu mais este dia pela sabedoria ao trilhar os seus caminhos de aprendizado, crescimento e evolução”.
Começo a caminhar, e então, Erinlé aponta para o chão e me diz: “está vendo esta terra que você está pisando? Agradeça a Deus que a deu a você, sem ela você não seria quem será amanhã”.
Tomo meu banho, escovo meus dentes, bebo água, uso perfume, sabonete e roupa limpa, e Erinlé me diz: “veja quanto conforto você tem. Agradeça a Deus que você tem saúde para trabalhar e conquistar tudo isto e muito mais. Cuide da saúde que Deus te deu”.
Preparo meu café e, quando vou comer, Erinlé me diz: “está vendo esta comida que você vai comer? Agradeça a Deus que a deu a você. Quantas pessoas lá fora gostariam de comê-la e ela é sua por direito. Agradeça!”.
Saio de casa, chego ao trabalho e Erinlé me diz: “está vendo quantas pessoas há ao seu redor? Está sentindo quanta coragem você tem de enfrentar o mundo e vencer? Agradeça a deus pela sua Vida, pois o trabalho é seu e coragem muita gente pede, mas mesmo assim nem todos que pedem-na aceitam tê-la”.
E Erinlé me disse: “Deus te deu a Vida como professora, para você aprender a viver neste mundo, para você creser e servir de norte aos pequenos, e para que você evoluir mais e cumprir sua missão”. Erinlé me disse: “agradeça a Deus!”.
E eu agradeci a Deus por todas estas coisas e por muito mais. Agradeci a Deus mais ainda por ter colocado Erinlé na minha vida, meu amigo, meu pai, minha raiz, do qual eu descendi, e que me lembra todos os dias da minha pequenez diante de Deus e do quanto eu tenho de suar para me tornar um grande motivo de viver aos que ainda são pequenos.
Agradeci a Deus por ter me dado um amigo tão bom quanto o Caçador, que me acompanha por toda a Vida neste mundo tenebroso, nesta terra maravilhosa, nestes caminhos de aprendizado do que é viver. Agradeço à Vida por tudo o que aprendi e ainda vou aprender.
Ai de mim, pela minha pequenez, porque sou nada e recebo tantos presentes todos os dias. E nenhuma dor eu senti, nenhuma dificuldade eu passei, nenhuma mágoa eu recebi ou em nenhuma prova me decepcionei que não me fossem necessárias para aprender, crescer, evoluir e perceber o quanto ainda sou pequeno e tenho de crescer.
E Erinlé mais uma vez me fez lembrar de Deus e disse: “você foi colocado aqui para viver!”. ♐
POR KLEVERTON JOURNAUX
Ire o.

Lenda de Erinlé
Orunmilá consultou Ifá, antes de deixar Ifé, para ir a um país de vales.
Os adivinhos lhe disseram:
“Neste país de vales, onde pretendes ir, encontrarás um bom amigo.
Deves fazer oferendas antes de partir, para que tua viagem seja feliz.”
Orunmilá fez as oferendas. Ele ofereceu quatro pombos e oito mil búzios da costa.
Quando ele chegou lá, quando Orunmilá chegou naquele país de vales, ele tornou-se amigo de Erinlé.
Erinlé é um caçador.
Erinlé é também um guerreiro.
Erinlé é, além de tudo, um orixá.
Esta amizade foi grande.
Erinlé tomou dinheiro emprestado a Orunmilá. O montante deste empréstimo foi de doze mil búzios.
Quando chegou a hora de Orunmilá retornar à casa de Ifé, Erinlé teria de reembolsar o empréstimo.
Mas ele não tinha dinheiro. Ele sentiu vergonha e foi consultar Ifá.
“Onde poderei encontrar este dinheiro?”
Os adivinhos lhe aconselharam a oferecer um carneiro, um galo e um cachorro. Disseram-lhe, ainda, que deveria oferecer vinte e um sacos de búzios da costa.
Erinlé exclamou:
“Ah! Já devo doze mil búzios! Onde poderei encontrar todas estas coisas?”
Erinlé tinha um talismã nas mãos. A qualquer momento ele poderia, graças a este talismã, transformar-se em água. Quando ele assim o desejasse.
Erinlé foi, então, ao lugar onde costumava caçar. Pôs o talismã no chão e entrou terra adentro. Neste lugar havia uma jarra com água.
Seus filhos o procuraram durante muito tempo. Eles foram consultar Orunmilá para que ele examinasse o caso. Orunmilá lhes disse:
“Façam oferendas para encontrar vosso pai. Talvez não o vereis mais, Mas encontrarão um sinal dele.”
Disse-lhes, ainda, Que oferecessem sete cachorros, sete carneiros, sete galos e Vinte e um sacos de búzios da costa.
Os filhos de Erinlé fizeram as oferendas. Orunmilá lhes dissera, também, que deveriam ir com os carneiros, os cães e os galos, chamar pelo pai. E eles foram.
Percorreram todos os lugares onde Erinlé costumava ir. Quando chegaram ao local onde Erinlé entrara terra adentro, Encontraram seus instrumentos de caça: Fuzil, lança, arco e flechas. Todo o material que ele usava para caçar. E, bem no meio disso tudo, eles viram a jarra com água.
Esta água começou a escorrer.
Esta água era abundante.
Os filhos saudaram o pai assim:
“Oh! Erinlé, o caçador, retorne à casa! Nós oferecemos carneiro, cachorro e galos!”
E chamaram Erinlé, sem descanso.
Quando eles ofereceram estas coisas, o rio os seguiu no caminho de casa. Erinlé lhes disse para deixar os galos livres, no lugar onde os encontraram.
Os galos que naquele dia eles deixaram livres, são os galos que Erinlé cria perto de seu rio, até hoje. Ninguém ousa mata-los. Certa vez, pessoas ignorantes mataram alguns. Mas os galos ressuscitavam sempre. Desde que o prato estivesse pronto, Os galos saltavam da tigela, Batiam novamente suas asas – Puf! Puf! Puf! E iam empoleirar-se numa árvore Akô, Cantando de novo seu cocoricô!
No mesmo momento em que Erinlé, o rio, se pôs a correr, Oxum preparava-se para partir da cidade de Ijumu. Ela também se pôs a correr. E eles se encontraram perto de Edé. Ali onde se encontraram, o leito destes rios é suave – eles estão felizes. E o curso de ambos tornou-se um mesmo. Juntos, eles correm para a lagoa.

(Logunedé) Imagem do artista plástico baiano Leo Santana

Erinlé, o caçador orixá guerreiro,um dia conheceu Orunmilá e tornaram-se amigos.
Erinlé necessitava de dinheiroe seu amigo Orunmilá emprestou-lhe o necessário. O tempo passou e Orunmilá teve que voltar a Ifé. Como Erinlé não tinha como saldar a dívida, foi procurar a orientação do babalaô. O oráculo mandou que fizesse oferendas, pois assim conseguiria todo dinheiro que devia e muito mais. Mas as oferendas eram demasiadamente dispendiosas e Erinlé não pode fazer o sacrifício.
Sem saída, Erinlé estava completamente envergonhado. Foi até um ermo local onde costumava caçar, depositou seus instrumentos de caçador no chão e desapareceu solo adentro. Junto ao seu ofá restou apenas uma quartinha d'água.
Seus filhos, desesperados, procuraram Orunmilá para orientá-los na busca do pai. Orunmilá disse-lhes que talvez não o vissem nunca mais, mas que fizessem oferendas e teriam ao menos um sinal do caçador.
Os filhos de Erinlé o procuraram por tudo o que foi canto.
Um dia, chegando ao local misterioso onde Erinlé desaparecera, depararam com as armas do pai junto à quartinha d'água. Ali então ofereceram muitos galos por Erinlé, chamando insistentemente pelo pai. Logo a quartinha transbordou e a água passou a jorrar em abundância, escorrendo pelo chão. O jorro d'água tomou um curso mata adentro, avolumou-se e formou um novo rio, que todos sabiam ser o próprio Erinlé.
Os parentes seguiram o rio, que os guiou até a sua casa. No caminho, Erinlé os fez saber que desejava que os galos a ele oferecidos fossem soltos vivos.
Assim foi feito e dizem que os galos de Erinlé estão vivos até hoje e que ninguém ousa matá-los.
Erinlé, o rio, continuou a correr para sempre.
Em Edê, Erinlé encontra-se com outro rio É Oxum, o rio Oxum, que parte  de Ijumu e corre ao encontro de Erinlé.
Em Edê os dois se juntam num único caudaloso e calmo rio, são as águas tranquilas que correm juntas para a lagoa.
Da união de Oxum com Erinlé nasceu Logum Edé.
tempos depois, junto ao rio Erinlé, num lugar chamado Ibualama, pela profundeza das águas, os devotos instituíram um templo para Erinlé.
por causa do nome do lugar, o Caçador, que também se chama Inlé,  passou a ser conhecido como Ibualama.

(Prandi, Reginaldo. In Mitologia dos Orixás).

Inlè-Ibualama

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Inlè-Ibualama ou Erinlè - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Inlè-Ibualama ou Erinlè - Em Ilesa East, cidade do estado de Osun na Nigéria, onde passa o rio Erinlè, há um orixá da caça com o mesmo nome. Segundo Verger, seu templo principal é em Ilobu, onde dois cultos teriam se misturado: o culto do rio e o do caçador de elefantes, que por diversas ocasiões, viera ajudar os habitantes de Ilobu a combater seus adversários. O culto a Erinlè realiza-se às margens de diversos lugares profundos (Ibu) do rio.
Cada um desses lugares recebe um nome, mas é sempre Erinlè que é adorado sob todos esses nomes. Um desses lugares profundos de Erinlè é chamado de Ibùalamo (Ibualama) nome pelo qual também é cultuado no candomblé da Bahia, durante sua dança traz nas mãos o símbolo de Oxóssi, o arco e a flecha de ferro, e uma espécie de chicote (bilala), com o qual ele fustiga a si mesmo.
Ele recebe oferendas de acarajé, de inhames, bananas, milho, feijão assado, tudo com azeite de dendê. No Brasil e em Cuba também é conhecido com o nome de Inlè.

Erinle / Ibualama /Otim
erinle.jpg


ERINLE
O culto de Erínlè nasce no Odu de Òkànràn Ogbè. Seu culto está centrado ao redor do rio Erínlè, um rio tributário do rio Òsun, que atravessa a cidade de Ìlobùú (Ilú Òbú ou cidade de Òbú), localizada ao sul da Nigéria Ocidental, na estrada de Ogbomoso para Osogbo (está situada aproximadamente dez milhas a oeste de Osogbo). Ele é a divindade patrona de Ìlobùú. Ìlobùú é um centro de comércio para o inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão, quiabo e está em uma área de savana habitada principalmente pelos Yoruba. Òbú é um tipo de giz nativo (efun) e é comestível. É usado para temperar comida e era um dos temperos principais, muito antes do sal, da mesma forma que o aró-àbàje (uma tintura azul comestível) é usado para temperar comidas como o ekuru aró.
Tido como filho de Ainá, Erínlè é considerado por muitos como filho mítico de Yemoja e de Olokun. É um Òrìsà caçador, pescador e um médico, por conta do seu grande conhecimento da floresta e da flora. Este Òrìsà, enquanto médico dominou, antes que Osányìn, o poder da botânica. Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado (òsù) semelhante ao que carregam os sacerdotes de Osányìn e de Ifá devido a importância deles como curandeiros medicinais.
Sabe-se que ele conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina nasce em Òkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é conhecido em Nupeland e isso é revelado pelo caminho de Òkànrànsodè descrito abaixo e na conexão entre Erínlè e o exilado rei da Nupeland.
Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido como Erínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku. Em Cuba e Trinidad ele é conhecido como Inlè ou Erínlè "Ajaja". Ajaja é um título honorífico que significa "Ele que come cachorro", "o que é feroz". No Brasil, no Candomblé Ketu, ele é conhecido como Inlè e Òsóòsì Ibualama. Erínlè quer dizer elefante (Erin) em-o-terra (ilè) ou terra-elefante.
Erínlè é considerado por alguns como uma divindade hermafrodita, mas ele é adorado principalmente como uma divindade masculina em Yorùbáland. Ele é pensado por alguns estudiosos como sendo o aspecto masculino de Yemoja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os irmãos Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemoja, Otin e Òsun. A residência verdadeira dele seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se misturam as águas doce e salgada.
No Candomblé Ketu é considerado que Erínlè tem dois caminhos ou aspectos. Um aspecto é considerado um velho caçador, Òsóòsì Ibualama. O outro caminho é mais jovem e mais delicado e bonito, normalmente chamado Inlè.
Na tradição Lukumi, Erínlè é acompanhado por Ibojuto e Abátàn. Abátàn (ou Abàtà = pântano) é a divindade da baixada. Abátàn normalmente é considerado como a companheira feminina de Erínlè mas alguns reconhecem Abátàn como masculino. Quando Erínlè é assentado dentro da cerimônia de iniciação, Abátàn também é assentada. Ela tem canções e oríkì separados. Abátàn come com Erínlè e participa de todas as suas oferendas e sacrifícios.
Erínlè seria acompanhado por Abátàn, sua contraparte feminina. Duas divindades que se unem como um, embora distintos, eles funcionam juntos, como uma unidade. Há um equilíbrio, dando uma visão instantânea do caráter de Erínlè, uma mistura perfeita de energias masculina e feminina.
Além disso, na tradição Lukumi, considera-se que a familia de Erínlè se compõe de: Abátàn - sua esposa, Boyuto - guardião de Erínlè e Abátàn, Otin - filha de Erínlè e Abátàn, Jobia - filho de Asipelu, ajudante de Erínlè, Olóògùn Èdè (Lògùn Èdè), o "senhor" (dono) do medicamento (medicina) de Èdè - filho de Erínlè com Osun, e, por último, Asao - duplo de Erínlè. Na Nigéria, Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos como ibú: Ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú. É o oríkì de cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações de Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio. São cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da mesma forma como também são invocados coletivamente.
O awo - ota - Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como aawe - Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da Yorùbáland). Potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemoja e Òsun. O awo - ota - Erínlè é o recipiente tradicional para guardar os ota de Erínlè. Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual de Erínlè em muitas partes de Nigéria. Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no rio de Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota - Erínlè colocado no alto da cabeça.
O òpá òrèrè (osu/cajado com o pássaro de ferro) de Erínlè é a representação para os seus seguidores da importância de Erínlè como curandeiro. A divindade mais amplamente conhecida com o mesmo símbolo é Osányìn. O cajado é feito de ferro. Sempre é mantido em pé. Pássaros de ferro empoleiram-se no topo. A maioria dos exemplos mostra um grande pássaro central cercado por pássaros menores. Não há diferenças significativas entre os cajados de Erínlè e de Osányìn encontrados na Nigéria, cada cajado é uma peça autorizada e única e assim os estilos variam imensamente. Porém há dois desenhos comuns do cajado de Osányìn feitos dentro da perspectiva dos awo em Yorùbáland. É comum se ver um cajado relativamente curto com um grande pássaro em seu topo e com 16 pássaros menores, em um arranjo circular, que olham para o pássaro mais alto, central. Lá também pode ser encontrado um òpá/osu Osányìn alto, com um só e único pássaro e quatro cones de metal invertidos, as aberturas deles coberta por disco de metal para guardar medicamentos; seguro levemente na parte mais baixa do cajado (este cajado também é encontrado na tradição Lukumi, sua especificação é considerada um requisito de Odù).
Deve ser acentuado que os cajados de Erínlè e Osányìn nas terras Yorùbá são encontrados em muitas variações no número de pássaros, formas e estilos. Foi sugerido que os 16 pássaros menores representam a divindade Odù e os Olódù de adivinhação. As curvas graciosas destes pássaros estáticos também podem ser confundidas com um agrupamento permanente de folhas de metal. Tais folhas, que não morrem, são uma lembrança visual forte para Osányìn e os medicamentos de Erínlè!
O pássaro de coroamento é, segundo muitos, um símbolo do poder sobre/pacto de Osányìn e Erínlè com as Ìyáàmi. São os medicamentos herbários de Erínlè e Osányìn que podem neutralizar ou contrapor-se aos ataques pelos aspectos negativos de Ìyáàmi. Eleye significa "mulheres que possuem e são pássaros", sendo os pássaros os mensageiros de Àjé/Ìyáàmi. Estes mensageiros também podem ser vistos em muito da estatuária religiosa e do simbolismo real, como por exemplo, no alto da coroa dos Oba. Ìyáàmi é em essência o àse/awo feminino primordial, que pode ser potencialmente benéfico ou maléfico (em condições judiciosas). Os símbolos de pássaro lembram aos líderes e congregações que ninguém está acima das forças invisíveis que precisam ser apaziguadas. As Ìyáàmi representam a gênese, as guardiãs e as doadoras do àse na terra.
Boyuto ou Ibojuto é encontrado em todos os santuários Lukumi para Erínlè. É descendente do òpá Erínlè encontrado entre os Yorùbá. Boyuto leva seu nome de uma das qualidades ou caminhos de Erínlè. Esta qualidade de Erínlè está ligada a profundidade impressiva do rio Erínlè. É dito que nesta profundidade é encontrado o reino mítico de Erínlè, chamado Ode Kobaye. "Esta profundidade escura do redemoinho é chamado Ojuto. Acredita-se assim, profundamente, que as duas casas históricas (ilé pètésì) teriam sido tragadas para cima (emergido) dentro das correntes coloridas de índigo. Do fundo do ibu Ojuto, assim é acreditado, bandos (escoltas) de pombos voam para acima das águas e desaparecem no ar." (Baba Erinlè de Ílobúù falando com R. F. Thompson no local de rio Erínlè, em Ílodúù, 1994). Boyuto ou Ibojuto é também conhecido comumente com osu de Erínlè.
Òkànràn Ogbè - O nascimento do culto de Erínlè
Um Itan do Odu Ònkànràn Ogbè conta a história de um homem Nùpe (Tápà) com o nome de Àyònù que veio para a região de Ílobùú. Ele era o herdeiro da coroa em sua terra natal porém devido a algumas manobras políticas o título lhe foi usurpado e ele foi forçado a fugir da cidade - ele teria sido morto para destruir a possibilidade de qualquer reivindicação futura à coroa.
Àyònù veio para Ìlobùú para caçar e ajudar a um caçador nativo que tinha uma estranha aparência. O amigo percebeu que Àyònù, embora mostrando-se apto nas habilidades da caça e agudo em aprender todos os segredos possíveis, não vivia sua vida conforme um caçador. Àyònù contou sua história para o amigo caçador. O amigo era Erínlè mas ele não o conhecia pelo nome porque os caçadores não mencionam nomes no mato para não serem afetados por nenhum dos espíritos animais. Caçadores referem-se uns aos outros simplesmente como Àwé. Erínlè, por seu turno, contou para Àyònù sobre sua casa, um palácio que ele tinha embaixo da terra. Ele golpeou o chão com a palma de sua mão, a terra abriu-se e os dois desceram para o palácio subterrâneo.
Erínlè tinha estado caçando por um longo tempo e, assim, ele decidiu fazer um pacto com Àyònù. Erínlè prometeu para Àyònù um nova coroa para recompensá-lo pelo título que ele havia perdido em sua terra natal. Ele disse para Àyònù que, por tanto tempo quanto ele continuasse a lhe trazer comida de caça, ele o compensaria com um título novo. Erínlè também prometeu que a guerra nunca afetaria o reino dele. Erínlè e Àyònù consolidaram seu pacto e Erínlè retirou-se para seu palácio na terra. Ele disse para Àyònù que se ele precisasse dele novamente deveria chamá-lo golpeando a terra com a palma da sua mão. Àyònù nunca mais viu seu amigo novamente.
Àyònù construiu sua casa lá e logo outros caçadores vieram viver com ele, seguidos por fazendeiros. Uma cidade tinha sido estabelecida e eles consultaram Ifá. Os adivinhos lançaram Òkànràn Ogbè e Òrúnmìlà disse: ire! Desde esta época a cidade de Ìlobùú nunca foi invadida ou afligida por guerra, mesmo durante o tumultuoso século dezenove, marcado por muitos anos de conflitos civis na Yorùbáland.
Àwá ti Erínlè fi sodi o
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,
o Àwá ti Erínlè fi sodi
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,
o Ogun ò jà jà
A guerra não pode nos atacar,
Kógun ó jà¹loòbú
A guerra não pode nos atacar e afetar Loòbú.
Àwá ti Erínlè fi sodi
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza, o.
Porque a guerra e a escravização tiveram pouco efeito sobre o povo de Ìlobùú a fama de Erínlè espalhou-se através da Yorùbáland e o seu culto foi a partir daí estabelecido, expandindo-se além de sua região de origem.
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IBUALAMA 
Ibualama é um Orixá proveniente de Efan(Ijexá).
Numa guerra entre Efan e Ketu, Efan foi derrotada e Ibualama foi levado à Ketu passando a ser cultuado por seus moradores,ao lado de Oxossi .
Ibualama significa "água profunda".
Ele é o Pai de Logun-Odé cuja mãe é Oxum Aponda ,portanto toda a Família é oriunda de Efan.
Ibualamo é um orixá da familia dos Odé  e seu culto esta ligado a Obaluaiye e Oxalá. Segura na mão duas Ibilalá,e traz Ofá e Ogue pendurados como simbolos de caça. No Brasil seu culto acontece em Dezembro, e é separado do culto de Oxossi que é realizado no dia de Corpus Christi.

Usa muitos búzios e palha da costa em suas indumentárias. Seus animais sagrados incluem o porco e todos os animais ligados á caça e pesca. Prata é o seu metal preferido.
 
ode_e_otim.jpg
Otim

Embora no Rio Grande do Sul se cultue Otim como feminina, ela participa em conjunto em toda a obrigação de Odé. Seu dia da semana é segunda feira, sua conta é 7 e sua cor é azulão, azul e branco. Sua saudação é: Okê - okebamo - okebambo.
No Batuque, Otim é cultuado junto com Odé. São os protetores das matas e dos animais silvestres e selvagens. Os filhos de Otim são quase inexistentes, pois na Mitologia, Otim não teve filhos na terra, dando assim as cabeças dos filhos para Odé. Com o passar dos tempos já se nota a existência de filhos de Otim, caso raro e absurdo para muitos Pais-de-Santo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

RELIGIÃO NOVA AFRO-BRASILEIRA do SÉC. XXI

Não quero com esta matéria criar inimizades, já que tenho grandes amigos de grande estima e consideração da minha parte que são devotos desta nova modalidade já muito mencionada às vezes jocosamente, mas que devemos reconhecê-la, já que há 100 anos nascia no Rio de Janeiro a UMBANDA, religião espírita com influências cristãs, indígenas, africanas, orientais e kardecistas; utiliza de imagens católicas tem diabo, tem índio que viveu, preto velho que viveu e assim por diante que INCORPORAM, entram em nosso corpo; curam, dão avisos abrem nossos caminhos e nos protegem. Índios, Caboclos, Pretos Velhos e outras entidades são da linha deste ou daquele Orixá, mas jamais a manifestação de Oxum, de Ogum, Yemanjá ou qualquer outro Orixá!
No Culto à Orixá, que o povo chama de candomblé, se EMANA energia elementar: AR, FOGO, TERRA ou ÁGUA, da qual seu Orixá pertence e sua cabeça só pertence a ele! Nós cultuamos os espíritos de nossos antepassados familiares religiosos e biológicos antes de iniciarmos nossas obrigações para com nossos Orixás pedimos proteção e que tudo transcorra com tranqüilidade e que o nome de nossos antepassados seja sempre reverenciado, por isso a importância de deixarmos descendência. Daí, não nos é permitido a incorporação por espíritos já que usamos contra-egun, pois a partir do momento em que somos iniciados para qualquer Orixá que seja nossa cabeça e nosso corpo passa a ser um templo sagrado e exclusivo dessa energia e só ele tem o poder e o direito sobre nós já que no Culto aos Orixás existe o termo se somos: “LESSE ORIXÁ ou LESSE EGUN” ou seja: de que lado a pessoa pertence? Perdoem-me, mas não somos cristãos e muito menos espíritas somos adoradores da Mãe Natureza! Portanto, temos que por os pingos nos ”is” e nos respeitar e nos agregarmos se quisermos chegar a algum lugar. Não me importa qual sua fé, mas o respeito entre nós é fundamental, já que quem inventou a religião fora o homem. Então vou usar aqui o lema do INTECAB: “UNIÃO na DIVERSIDADE”
Assim, então: VIVA o UMBANDONBLÉ!
Babalorixá Carlos Oxun Yómi de Camargo
26/10/2009

terça-feira, 15 de março de 2011

LIVROS EM PDF - ISSO NINGUEM DIVULGA

Leitores, estudantes, aproveitem essa oportunidade criada pelo Governo Federal.
Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, mas que está prestes a ser desativada por falta de acessos. Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:
· Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
· escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
· Ler obras de Machado de Assis
Ou a Divina Comédia;
· ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA
· e muito mais....

Esse lugar existe!
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso, basta acessar o site:
www.dominiopublico.gov.br Só de literatura portuguesa são 732 obras!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
Divulgue para o máximo de pessoas!

INFORMATIVO da DIVINA

Ontem, dia 14 de março, ao meio dia, entrou no ar o Programa PAPO MADURO na Rádio Bandeirantes AM 1360.
É um programa especial para os que se consideram verdadeiramente maduros.
O Programa PAPO MADURO é um programa de debates que reune homens e mulheres de várias profissões, recheado de muito - muito - humor.
Mas o ouvinte do Programa PAPO MADURO também pode entrar no ar e debater, opinar, dar seu depoimento, fazer sua crítica
No primeiro programa, o humor ficou por conta do compositor e humorista Dicró.
PAPO MADURO entra no ar hoje, dia 14 de março, ao meio dia, logo após o campeão de audiência da Rádio Bandeirantes AM 1360 do Rio de Janeiro: o Programa Reclamar Adianta (que é apresentado das 10h ao meio dia)
Venha participar dos debates no Programa PAPO MADURO. Mande um e-mail para ouvinte@papomaduro.com.br. Ou ligue para 32825144.
Você opina e participa dos debates com total liberdade de expressão. Sem papas na língua.
Acesse pela internet: www.papomaduro.com.br


PROGRAMA PAPO MADURO - RÁDIO BANDEIRANTES AM 1360 (RJ)
De 2a à 6a feira, ao meio dia
Central telefônica 24h: (021) 3282-5144
Acesse pela internet: www.papomaduro.com.br


PROGRAMA RECLAMAR ADIANTA - RÁDIO BANDEIRANTES AM 1360 (RJ)
De 2a à 6a feira, entre 10h e meio dia - Criação de Átila Nunes Filho e Átila Nunes Neto
Central telefônica 24h: (021) 3282-5588 / atilanunesneto@reclamaradianta.com.br
Serviço de interesse 100% gratuito: www.emdefesadoconsumidor.com.br


 

quarta-feira, 9 de março de 2011

Hospital do Homem

O Governo do Estado de São Paulo investiu R$ 2 milhões na compra de equipamentos de ultrassom, urologia, litotripsia  (que destrói o cálculo renal através de ondas de impacto).
O Hospital do Homem ocupa uma área de 1,1 mil m².
A unidade reúne especialidades médicas como andrologia, patologias da próstata e urologia, além dos núcleos de alta resultabilidade (check-up) e de ensino e pesquisa.
O departamento de patologias da próstata é dividido em dois setores: diagnóstico e tratamento das DST, pros-tatites (infecções da próstata causadas por bactérias e vírus) e prevenção do HIV e HPV; e tumores (câncer e hiperplasia benigna da próstata).
Já na área de urologia, o Centro conta com profissionais de nefrologia (hipertensão renovascular e transplante renal), endocrinologia, neurologia (disfunções da vesícula, uretrais e incontinência urinária) e urologias geriátrica e plástica.

AJUDE A DIVULGAR, MESMO QUE VOCÊ NÃO RESIDA NA CAPITAL, POIS É PÚBLICO, E, POR DESCONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SEU USO É PEQUENO E NÃO TEM JUSTIFICADO O  INVESTIMENTO.
 
O Hospital do Homem funciona onde é o Hospital Brigadeiro, Av. Brigadeiro Luis Antonio, 2.651 - Jd. Paulista - São Paulo/SP
Telefones: (11)3289-2421; Fax: (11)3284-8650

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

INFORME: Bolsa de Estudos na Espanha.

Capes seleciona até 300 bolsistas
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Fundação Carolina selecionam bolsistas para o Programa Estágio de Curta Duração Capes/Fundação Carolina. As bolsas são para doutorado-sanduíche ou pósdoutorado na Espanha, em todas as áreas do conhecimento.
Inscrições até: 28 de fevereiro pelo site www.capes.gov.br, no link editais. Vagas: até 300. Os selecionados receberão bolsa de estudos (doutorado: 1,3 mil euros e pós-doutorado: 2,1 mil euros); auxílio instalação; auxílio saúde e passagem aérea internacional Brasil/Espanha/Brasil, em classe econômica.
Mais informações: 0800 616161.

CARNAVAL

Estou começando a incluir em meu blog um espaço informativo sobre eventos e concursos. 
Já que estamos próximos ao Carnaval, segue abaixo alguns endereços para irmos "enquentando os motores"!
Divirtam-se.
  • Imperador do Ipiranga
Ensaios: Todas as Terças-feiras e sextas-feira a partir das 20h Domingos a partir das 20h30, a entrada é Catraca Livre.
Endereço: Av. Carioca, 99 – Vila Carioca.
Telefone: (11) 2219-1053.
  • Tom Maior
Ensaios: Todas as Terças-feiras das 21h às 23h30, entrada R$ 10 (carteirinha 2011 entrada franca), após o ensaio Sertanejo Universitário.
Endereço: Rua Sérgio Tomás, 622 – Barra Funda.
Telefone: (11) 3494-9040
  • Unidos de Vila Maria
Ensaios: Todas as Quartas-feiras, Sextas-feiras e Domingos a partir das 21h, entrada R$ 10, sócios entrada Catraca Livre.Endereço: Rua Cabo J. Monteiro da Rocha, 448 – Jd. Japão.
Telefone: (11) 2981-3154.
  • X-9 Paulistana
Ensaios: Todas as Quartas-feiras, Sextas-feiras e Domingos, a partir das 20h entrada R$ 10.
Endereço: Av. Luis Dumont Villares, 324 – Parada Inglesa.
Telefone: (11) 2977-2146/ 2975-3893.
  • Leandro de Itaquera
Ensaios: Todas as Sextas-feiras a partir das 21h30, entrada R$ 5 e aos Domingo a partir das 17h com Pagode de Mesa, entrada R$ 5.Endereço: Rua Padre Viegas de Menezes, 66 – Itaquera.
Telefone: (11) 2056-3399.
  • Morro da Casa Verde
Ensaios: Todas as Segundas-feiras e Quintas-feiras das 20h às 23h, com entrada Catraca Livre.
Endereço: Rua Ernani Salomão Rosa Ribeiro, 137 – Parque Peruche.
Telefone: (11) 3965-8964
  • Unidos Peruche
Ensaios: Todas as Quartas-feiras a partir das 20h, entrada R$ 5, Sextas-feiras e Domingo a partir das 20h, entrada R$ 10.Endereço: Av. Ordem e Progresso, 1061 – Bairro do Limão.
Telefone: (11) 3951-4099.
  • Acadêmicos do Tucuruvi
Ensaios: Todas as Quintas-feiras e Sábados a partir das 21h, entrada R$ 5.
Endereço: Av. Mazzei, 722 – Tucuruvi.
Telefone: (11) 2204-7342.
  • Mocidade Alegre
Ensaio Técnico de Rua: Todas as Sextas-feiras a partir das 19h, entrada R$ 7.Endereço: Av. Casa Verde, 3498, Bairro do Limão.
Telefone: (11) 3857-7525/ 3857-3611.
  • Uirapuru da Mooca
Ensaios: Todas as Sextas-feiras e Domingos a partir das 19h, com entrada Catraca Livre.
Endereço: Rua Jaboticabal, 753 – Mooca
Telefone: (11) 2021-6140/ 8591-2360.
  • Acadêmicos do Tatuapé
Ensaios: Todos os Sábados a partir das 21h, entrada R$ 2.
Endereço: Rua Melo Peixoto, 1513 – Tatuapé – Tel: 2091-0736.
  • Águia de Ouro
Ensaios: Todos os Domingos a partir das 19h, entrada R$ 5 mulheres e R$ 10 homens.
Local: A Seringueira (Av. Francisco Matarazzo, 694 – Pompéia), informações: 3872-8262.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CENSURADO

Quem falou que não existe censura neste país?
Recebí este video abaixo que foi proíbido de ser veiculado no programa CQC. Um tremendo ABSURDO! E a culpa é do eleitor brasileiro, enquanto não formos um povo politizado não vai adiantar reclamar.
Quem será, que sugeriu incluir tal item na cesta básica, heim?
"Alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial" já dizia o poeta (Caetano Veloso).
Assistam e me perdoem o linguajar xulo e cenas de violência que estão nesta reportagem.


Vergonhoso e Lamentável este nosso governo brasileiro!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Cada um no seu quadrado"


 "A Hierarquia é Tudo, sem ela o Caos" - (Iyálorixá Stela d'Oxossi, Odé Kaiode - Ilê Axé Opô Afonjá)

Quero poder estar ajudando aos amigos Sacerdotes com estas informações que seguem abaixo, já que nos dias de hoje está muito difícil fazer com que os devotos entendam que tudo tem sua hora certa e conforme vamos cumprindo com nossas obrigações de tempo é que crescemos e aumentamos nossas batas e presentes e louvores aos nossos Orixás! Em síntese: "Não ponham a carroça na frente dos bois!".
Assim, sábias palavras são estas mencionadas acima por esta Ilustre, Culta e visionária Iyalorixá. Peço sua benção. Okê Aro, Odé Arolê!
Axé!
- ABIYAN Literalmente (aquele que está para nascer). É toda e qualquer pessoa que tenha conta lavada, obrigações de bòrí e Orisa assentado (uma pré-iniciação). 
- FILHOS C/ CONTA LAVADA E/OU BÒRÍ: Pode ajudar no serviço doméstico, do terreiro: varrer a casa, o barracão, ajudar nos cafés da manhã e almoços comunitários, realizados em dias de festa de Orisa, lavar louças, ajudar na arrumação, limpeza e decoração do barracão; enfim em tarefas de natureza civil, sem maior envolvimento religioso.
- FILHOS COM ORISA ASSENTADO: Zelam pelos assentamentos individuais e casa do Orisa a que pertençam. Além das tarefas já descritas, podem participar da cerimônia do ose, toda primeira semana do mês, auxiliando na limpeza e ordem das casas-de-santo, em geral. Podem carregar água para todos os Orisas, ajudando os mais velhos no trabalho de encher as quartinhas. Tem autorização para ajudar as Ãjòiè, durante as festividades de barracão, na tarefa de enxugar rostos de Orisas manifestados nos Adosu, endireitando-lhes as vestes e paramentos. Devem participar dos trabalhos de cozinha, no preparo das comidas dos Orisas, aprendendo, desde logo, a quem pertence determinada iguaria e, também, como se tira um ase. 
- IYÁWÓ / ADOSU: OLÒRISÁ: São senhores de enormes responsabilidades, deveres e direitos. Contam tempo de iniciação de Orisa. O processo iniciático de um Adosu demora sete anos, com os seus ètutu completos. O tempo só se completa com as obrigações! Se um Olòrisá tem quarenta anos de iniciado, com apenas obrigação de três anos é considerado com três anos de Orisa. Portanto, seu campo de participação será bastante restrito. É um Iyáwó de quarenta anos de Orisa. A obrigação de sete anos é o término da iniciação, é a mais importante de todas. Daí passa a ser chamado de Egbón, irmão mais velho.
Não tem sentido um Adosu sem educação, ignorante, bruto, de nariz em pé, senhor da situação e da verdade. Existem três espécies de Adosu às avessas: o de cabeça dura, o rebelde e o desinformado, mal – orientado. O rebelde sofrerá muito, vítima de si mesmo entregue à própria sorte.
O Iyáwó, além dos deveres dos filhos de santo assentados, é sujeito de outros tantos, mais complexos. É necessário que saiba tudo a respeito da vida do terreiro: o ciclo de festas, obrigações dos irmãos mais velhos, bòrí, entrada de Iyáwó, asese.
Tem de aprender a dançar, cantar, responder os cânticos comportar-se com dignidade, consideração e simpatia. É indispensável o desempenho das tarefas mais singelas, a exemplo da faxina, trabalho de cozinha e manutenção da roça. Deve se vestir adequadamente, com boa aparência, sem afetação. O Iyáwó deve ensinar seus àbúrò (o mais novo), sempre atento para os ensinamentos de seus mais velhos. Deve transmitir conhecimentos com serenidade e equilíbrio.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Umbanda

 

Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza vários elementos, inclusive de outras religiões como o catolicismo, o espiritismo e as religiões afro-brasileiras. A palavra umbanda deriva de m'banda, que em quimbundo significa "sacerdote" ou "curandeiro".
 Os conceitos aqui relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista e enciclopédica. Por se tratar de um conjunto religioso com várias ramificações, as informações aqui expostas buscam informar aos leitores da forma mais abrangente possível e sem discriminação ou preconceitos, pois todas as "umbandas" têm, suas razões de existirem e de serem cultuadas.

História

Origem da Umbanda
As raízes da umbanda são difusas. Entretanto, podemos afirmar que ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Antes disso, já havia, de fato, o trabalho de guias (preto-velhos, caboclos, crianças), assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio que se organizou uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual se deu o nome de umbanda.
Nesta época, não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos.
Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da umbanda.
A partir dai muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da religião, passaram a dizerem-se umbandistas, de forma a fugir da perseguição policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoje a umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas.
Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a palavra umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umbandomblé, Umbanda traçada) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática). Existe também a "Umbanda popular", onde encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.

Fundamentos

Os fundamentos da umbanda variam conforme a vertente que a pratique.
Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de umbanda. São eles:
  • A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo, Zambi para preto-velhos, Tupã para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo Deus;
  • A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;
  • O culto aos orixás como manifestações divinas (alguns umbandistas cultuam a chamada umbanda branca, esta, no entanto não cultua os orixás, sendo unicamente voltada ao culto se caboclos, pretos velhos e crianças), em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
  • A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos";
  • O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;
  • Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;
  • A crença na imortalidade da alma;
  • A crença na reencarnação e nas leis cármicas;

Um Deus único e superior

Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual.

Orixás

Os orixás são manifestações do Grande Deus Olorum. Todo o universo surge de Olorum através das radiações que são individualizadas e personificadas em orixás. Essas radiações são personificadas de formas diferentes nos diversos terreiros - depende da influência histórica que cada um sofreu. A radiação (vibração da água) pode ser relacionada apenas a Iemanjá, mas pode ser subdividida em Oxum: água doce, Nanã: pântano e Iemanjá: mares. Ocorre semelhante com Ossain e Oxóssi.
Muitos escritores da umbanda relacionam as Sete Linhas aos Orixás, outros preferem relacionar as Sete Linhas com as vibrações e não diretamente a orixás, já que eles são mais de sete.
Os orixás não são originários da umbanda, muito antes eles já eram reverenciados nas terras africanas por diversas tribos. Muitos deles não se tornaram conhecidos aqui no Brasil, e até mesmo nas tribos africanas cada uma possuía seu orixás e desconhecia outros que eram cultuados em tribos diferentes.
Quando começou o tráfico de escravos, muitos negros de tribos diferentes foram vendidos juntamente, desta maneira os diversos orixás de tribos distantes se encontraram em terras brasileiras e formaram o grande panteão do Candomblé. Notadamente a nação que mais influenciou foi a Iorubá.
Nesta visão ainda própria dos ritos tribais, o orixá era um ancestral que todos tinham em comum. Geralmente era considerado como o próprio fundador da tribo e deixava grande influência por suas características incomuns de liderança, poderes espirituais e grande habilidade de caça. A tribo tinha no orixá um símbolo da união, pois todos eram filhos diretamente desse grande ancestral; com isso surge o termo Orixá histórico - realmente um rei, rainha, feiticeiro, guerreiro que existiu.
No nascimento do Candomblé, os homens passaram a ser filhos espirituais dos orixás, pois a relação de ancestralidade que existia na tribo não se confirmava mais na nova realidade da América. A partir da umbanda se configura a uma nova visão: o Orixá Cósmico. O orixá, pela cosmogonia umbandista, nunca viveu na terra, ele é muito mais que o espírito desencarnado de um homem; Toda criação é o resultado do trabalho harmônico dos orixás, espíritos elevadíssimos, verdadeiros arquitetos e mantenedores da criação.

Sincretismo

A umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo (fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual etc.).
A umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotados entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.
A máxima dentro da umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".
Mantém-se na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido.
Há discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincretizado a cada orixá.
Alguns exemplos:
  • Exu - Santo Antonio no Rio de Janeiro, chamado de Bará no Rio Grande do Sul;
  • Oxumaré - São Bartolomeu no Brasil
  • Ogum - São Jorge, principalmente no centro-sul do Brasil e Santo Antonio na Bahia;
  • Oxossi - São Sebastião; principalmente no centro-sul do Brasil, São Jorge       na Bahia;
  • Xangô - São Jerônimo, São João Batista, São Miguel Arcanjo
  • Iemanjá - Nossa Senhora dos Navegantes;
  • Oxum - Nossa Senhora da Conceição;
  • Iansã - Santa Bárbara;
  • Omulu - São Roque;
  • Obá - Santa Rita de Cássia, Santa Joana d'Arc.
  • Obaluaê - São Lázaro;
  • Nanã - Sant'Anna;
  • Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.

O culto umbandista

A umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos orixás e dos seus guias, que na umbanda se denominam giras.
O chefe do culto no Centro é o Sacerdote ou Sacerdotisa (pode ser Babá, Zelador, Dirigente, Diretor(a) de culto, Mestre(a), sempre dependendo da forma escolhida por cada casa). São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. São quem coordenam as sessões/giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.
Vale lembrar que o termo pai-de-santo ou mãe-de-santo não deve ser aplicado na religião de umbanda, pois estes termos são oriundos do Candomblé, que é uma religião diferente da umbanda.
Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns.
Na umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade.
Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para os guias e para os orixás.
Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.
Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarregadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.
Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.
Segundo a umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser:  preto-velhos, caboclos, boiadeiros, mineiros, crianças, marinheiros, ciganos, baianos, orientais, xamãs,exus e pomba-giras.

As sessões

O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras.
Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Preto-Velhos, Caboclos, Ciganos… As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.
As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego.
No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.
O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus (um gênero de espírito desencarnado) para auxiliar a desobsessão.
Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária.
Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras mediúnicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.

Médiuns

Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pela influência de espíritos).
A umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da umbanda, respeitar os guias e orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.
Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.
Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos orixás e guias. Ter um comportamento moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria e regida através de um profundo estudo da religião, e seguida por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus orixás e guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.
Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a relação que existe abaixo, no item "Literatura Umbandista".
Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec), mas a maioria segue as orientações da literatura umbandista que é prolífica nas discussões teóricas e nas orientações práticas. Há livros umbandistas a partir da década de 1930.

As Linhas da Umbanda Sagrada

Linha
Sentido
Orixá Positivo
Orixá Negativo
Sentimento
Cristalina
Religiosidade
Mineral
Amor
Concepção
Vegetal
Raciocínio
Conhecimento
Ígnea
Razão
Justiça
Eólica
Equilíbrio
Lei
Telúrica
Saber
Evolução
Aquática
Geração
Maternidade

Sacrifício ritual de animais

Existem várias ramificações dentro da Religião de umbanda. Entretanto na umbanda não se usa o sacrifício de animais em hipótese alguma.
Esta prática está ligada a algumas linhas que ainda cultuam junto com a umbanda alguns rituais de religiões afro-brasileiras.

Uso de bebidas alcoólicas

Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:
  • Os que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) criando uma espécie de tabu;
  • Os que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento, como os que abusam);
  • Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto a sua utilização, buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação).
Toda essa controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo conseqüências graves para sua vida material e espiritual.
Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atraírem espíritos de luz, se afinar com espíritos de viciados que já morreram - esses espíritos serão obsessores dessa pessoa, uma vez que ela satisfaz seus desejos materialistas. Note-se que o álcool é um elemento usado na magia para trabalhos para o bem; abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de luz. Existem casas que, por ordem do mentor espiritual, nunca usaram ou deixaram de utilizar o fumo, assim como a bebida alcoólica, sem que por isso, tivessem qualquer problema com as entidades que, por ventura, utilizavam esses elementos. Afinal, os espíritos podem se adaptar e mudar a forma de trabalhar de acordo com o fundamento de cada instituição. É importante ressaltar, ainda, que quanto menos o espírito utilizar materiais terrenos melhor. Eles podem trabalhar com elementos bastante etéreos e tão eficazes quanto os fluidos do próprio médium.

Paramentos

Na umbanda, os médiuns usam normalmente como paramentos apenas roupas brancas, podendo estar os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade.
Mas há umbandas que também utilizam roupas com as cores de cada linha. Por exemplo, em giras de Ogum se utiliza camisas ou batas vermelhas e calças e saias brancas.
Nas giras de esquerda as roupas são pretas, sendo que as filhas de santo podem se vestir de vermelho e preto.
Pode ocorrer, por exemplo, que uma entidade de Preta-velha solicite uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos; isso visa a proporcionar que o médium se pareça mais com a entidade que está incorporando.
Também há os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar cocares, alguns utilizam machadinhas de pedra, chocalhos, etc.
Outra visão sobre os paramentos e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado, quando negativa.
 A Umbanda não foi codificada, como foi o kardecismo em sua origem por Hippolyte Leon Denizard Rivail (Livro dos espíritos, Livro dos médiuns, Evangelho Segundo Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese) a Umbanda foi manifestada e o kardecismo esclarecido, por isso temos muito a aprender com o Kardecismo sobre esclarecimento e eles muito a aprender conosco sobre manifestação.
Costumo dizer que se não temos uma “Bíblia Umbandista”, todos os livros sagrados da humanidade são nossos, para extrairmos o que eles tiverem de melhor, temos a liberdade de estudar a Bíblia Cristã, o Tora (Judeu), O Alcorão (Muçulmano), O Tao Te Ching (Chinês), O Zend Avesta (Persa), Os Vedas (Hindu) e tantos outros.
·        Não temos 10 mandamentos Católicos, mas nos basta apenas um mandamento: “Amar ao próximo como a si mesmo e Deus acima de todas as coisas”
·        Não temos sete pecados capitais (gula, avareza, inveja, ira, luxuria, orgulho e preguiça) porque não acreditamos em pecado, mas cremos em vícios e virtudes, nos sete sentidos da vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração) dentro de nosso livre arbítrio, onde o que se volta para o ego torna-se vicio.
·        Não temos dogma nem tabu, pois na Umbanda ninguém é obrigado a aceitar nada, mas o conhecimento vai sendo absorvido naturalmente e da mesma forma a própria religião evolui e se adapta.
Não é uma seita religiosa, é religião, portanto tem seus fundamentos próprios que devem ser esclarecidos. O conceito de seita é muito antigo e vem da época em que havia religiões oficiais, onde aqueles que se opunham de alguma forma àquela liturgia, formando grupos dissidentes, eram chamados de seitas e, portanto considerados “hereges”, à margem da sociedade...
...Podemos e devemos absorver o conhecimento de outras religiões, ampliando assim nosso universo espiritual. Na verdade temos a aprender com todos e todos têm a aprender conosco, quando a única religião for o Amor, o que existirão serão práticas diferentes deste Amor, Umbanda é a nossa prática do Amor. Cada um ou cada grupo umbandista realiza seus trabalhos, sessões, segundo seu ponto de vista, sem deixar de ser umbanda. Cada casa, templo ou tenda é diferente um do outro e todos são centros ou “igrejas de umbanda”. O que há em comum é a essência e não a forma!
Hoje temos várias religiões com o nome "Umbanda" (Linhas Doutrinárias) que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.
Alguns exemplos dessas ramificações são:
  • Umbanda Popular - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixás Africanos;
  • Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;
  • Umbanda Branca e/ou de Mesa - Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinária se prende mais ao trabalho de guias como caboclos preto-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária;
  • Umbanda Omolokô - Trazida da África pelo Tatá Tancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
  • Umbanda Traçada ou Umbandomblé - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;
  • Umbanda Esotérica - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";
  • Umbanda Iniciática - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito;


  • Umbanda de Caboclo - influência da cultura indígena brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";
  • Umbanda de preto-velhos - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos preto-velhos;
    • Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Diferenciam-se das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.