terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Cada um no seu quadrado"


 "A Hierarquia é Tudo, sem ela o Caos" - (Iyálorixá Stela d'Oxossi, Odé Kaiode - Ilê Axé Opô Afonjá)

Quero poder estar ajudando aos amigos Sacerdotes com estas informações que seguem abaixo, já que nos dias de hoje está muito difícil fazer com que os devotos entendam que tudo tem sua hora certa e conforme vamos cumprindo com nossas obrigações de tempo é que crescemos e aumentamos nossas batas e presentes e louvores aos nossos Orixás! Em síntese: "Não ponham a carroça na frente dos bois!".
Assim, sábias palavras são estas mencionadas acima por esta Ilustre, Culta e visionária Iyalorixá. Peço sua benção. Okê Aro, Odé Arolê!
Axé!
- ABIYAN Literalmente (aquele que está para nascer). É toda e qualquer pessoa que tenha conta lavada, obrigações de bòrí e Orisa assentado (uma pré-iniciação). 
- FILHOS C/ CONTA LAVADA E/OU BÒRÍ: Pode ajudar no serviço doméstico, do terreiro: varrer a casa, o barracão, ajudar nos cafés da manhã e almoços comunitários, realizados em dias de festa de Orisa, lavar louças, ajudar na arrumação, limpeza e decoração do barracão; enfim em tarefas de natureza civil, sem maior envolvimento religioso.
- FILHOS COM ORISA ASSENTADO: Zelam pelos assentamentos individuais e casa do Orisa a que pertençam. Além das tarefas já descritas, podem participar da cerimônia do ose, toda primeira semana do mês, auxiliando na limpeza e ordem das casas-de-santo, em geral. Podem carregar água para todos os Orisas, ajudando os mais velhos no trabalho de encher as quartinhas. Tem autorização para ajudar as Ãjòiè, durante as festividades de barracão, na tarefa de enxugar rostos de Orisas manifestados nos Adosu, endireitando-lhes as vestes e paramentos. Devem participar dos trabalhos de cozinha, no preparo das comidas dos Orisas, aprendendo, desde logo, a quem pertence determinada iguaria e, também, como se tira um ase. 
- IYÁWÓ / ADOSU: OLÒRISÁ: São senhores de enormes responsabilidades, deveres e direitos. Contam tempo de iniciação de Orisa. O processo iniciático de um Adosu demora sete anos, com os seus ètutu completos. O tempo só se completa com as obrigações! Se um Olòrisá tem quarenta anos de iniciado, com apenas obrigação de três anos é considerado com três anos de Orisa. Portanto, seu campo de participação será bastante restrito. É um Iyáwó de quarenta anos de Orisa. A obrigação de sete anos é o término da iniciação, é a mais importante de todas. Daí passa a ser chamado de Egbón, irmão mais velho.
Não tem sentido um Adosu sem educação, ignorante, bruto, de nariz em pé, senhor da situação e da verdade. Existem três espécies de Adosu às avessas: o de cabeça dura, o rebelde e o desinformado, mal – orientado. O rebelde sofrerá muito, vítima de si mesmo entregue à própria sorte.
O Iyáwó, além dos deveres dos filhos de santo assentados, é sujeito de outros tantos, mais complexos. É necessário que saiba tudo a respeito da vida do terreiro: o ciclo de festas, obrigações dos irmãos mais velhos, bòrí, entrada de Iyáwó, asese.
Tem de aprender a dançar, cantar, responder os cânticos comportar-se com dignidade, consideração e simpatia. É indispensável o desempenho das tarefas mais singelas, a exemplo da faxina, trabalho de cozinha e manutenção da roça. Deve se vestir adequadamente, com boa aparência, sem afetação. O Iyáwó deve ensinar seus àbúrò (o mais novo), sempre atento para os ensinamentos de seus mais velhos. Deve transmitir conhecimentos com serenidade e equilíbrio.

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