Dia: Quarta-feira
Cores: Marrom, Vermelho e Rosa
Símbolos: Espada e Eruexin
Elementos: Ar em movimento,qualquer tipo de vento, Fogo
Domínios: Tempestades, Ventanias, Raios, Morte
Saudação: Epahei!
Oyakedeun kete kete ookorifun – Morreu distintamente com seu marido.
Oyakoná fun sanan. – Iyamsan solta fogo pelas narinas.
Oya aferé iku – Iyamsan a Senhora dos ventos da morte.
Obori mesan – Iyansan tem nove cabeças.
Iya omó mesan – Mãe dos nove filhos.
Senhora da tarde, Dona dos espíritos, Carregadeira de ebó, Senhora dos raios e tempestades. Estes são alguns dos nomes de Oyá, entre outros.
De acordo com alguns itan, Oya foi uma princesa real da cidade de Irá, na Nigéria. Sobrinha neta do rei Elempe e neta de Torosi (mãe de Xangô). Conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oyó.
Conhecedora de todos o meandros da magia encantada, Oya nunca se deixou abater por guerras, problemas ou disputas. Nobre guerreira, jamais tripudiou sobre inimigos e rivais vencidos.
Foi mulher de Xangô e o ajudou a conquistar os reinos que foram anexados ao império ioruba. Porém, quando ele tentou invadir Nupe e Tapam, onde Ọya havia nascido, ela o abandonou e postou-se na entrada daquelas cidades disposta a enfrentá-lo.
Como nem mesmo Xangô ousou desfiá-la, ninguém passou. Oya é a menina dos olhos de Òxalá, seu protetor, a única divindade que entra no gbale de Ègún, por seu poder de onisciência.
Segundo os itan Oya foi no entanto, a única mulher de Xangô que ao final de seu reinado seguiu-o na sua fuga para Tapá. E quando Xangô se recolheu em baixo da terra em Koso, ela fez o mesmo em Irá.
Antes de se tornar mulher de Xangô, Oya viveu com Ògún. Ela fugiu com Xangô e Ògún enfurecido resolveu enfrentar seu rival, mas este último foi a procura de Olódùmarè para confessar que havia ofendido Ògún. Olódùmarè interveio junto a Ògún e recomendou-lhe que perdoasse a afronta e disse: "Ògún jo agbá Xàngó" "você Ògún é mais velho que Xàngó", preserve sua dignidade aos olhos de Xàngó e dos outros orixás, você não deve se aborrecer nem brigar, deve renunciar a Oya. Mas Ògún não foi sensível a esse apelo e lançou-se a perseguição de Oya e Xangô. Trocou golpes de varas mágicas com Oya que foi então, dividida em 9 partes. Este número nove ligado a Oya, está na origem de seu nome Iyamesan e encontra-se essa referência no ex Dahomé onde o culto de Oya é feito em Porto Novo sob o nome de Avesan no bairro akron (lokoro dos yorubá) e sob o de abesan, mais ao norte em Baningbe. Esses nomes teriam por origem a expressão Aborimesan (com nove cabeças) alusão aos nove braços do delta do Rio Niger. Fica aqui evidente que Oyá é cultuada pelos povos adoradores de Vodun mesmo na África, e portanto, não é coisa de Brasil. E fica claro também que o culto a Oyá é distinto ao culto a Vodun-jó.
Oya é filha de Iyemanja e Òxàlá.
Sua cor é branco com rosa estampado com vermelho, coral, vermelho, marron.
Natureza ossuário, jardim, caminhos, cumes e vento.
Oyá gosta de objetos ornamentados com cobre e prata.
As oferendas prediletas de Oyá são acarajé, ekuru.
Toque principal: Ylú. Também conhecido como quebra-pratos.
Salve Oya - Aquela Que Monta Com O Vento!
O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).
Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada com o elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.
A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.
Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.
O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá.
Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos.
Algumas passagens da história de Iansã relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e é por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.
Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.
Características dos filhos de Iansã / Oyá
Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.
São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.
Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.
Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.
O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.
Orikí de Oyá. Eèpàrìpàà! Odò ìyá!
“ORI O! ORI OYA,
MO GBE DE. OYA MESAN, MESAN, MESAN.
OYA ORIRI, O, O, O.
OYA MESAN,
A JI LODA ORISA.
ORI O
ORI OL’ OYA,
MO GBE DE.
ORI MI!
ORI OYA , MO GBE DE.”
“O ORI do iniciado,
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.
OYA , que se desdobra em nove partes.
OYA , a grande mulher, charmosa e elegante.
OYA , que se desdobra em nove partes.
ORISA que usa a espada ao acordar.
O ORI do iniciado,
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.
Meu ORI.
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.”
Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de rio Níger. É uma divindade das águas como Oxum e Iemanjá, mas também é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que ao lado de Ayrá e Orixá Afefê controla os ventos. É conhecida também como Iansã.
Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade. Assim como a Orixá Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações. Para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de erukerê especial chamado de Eruexim com o qual estaria protegida dos Eguns. Oyá é a terceira deusa de temperamento mais agressivo, sendo que a primeira é Opará e Obá é a segunda.
O nome Iansã trata-se de um título que Oyá recebeu de Xangô que faz referência ao entardecer. Iansã quer dizer A mãe do céu rosado ou A mãe do entardecer. Era como ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer.
Os africanos costumam saudá-la antes das tempestades pedindo a ela que apazigue Xangô o Orixá dos trovões, raios e tempestades pedindo clemência.
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará.
No candomblé a cor utilizada para representá-la é o marrom, ainda que seja mais identificada com a cor rosa. No Brasil houve uma grande distorção com relação as suas regências e origens.
Inhansã ou Oiá, como é também chamada no Brasil, é uma divindade da Mitologia Yoruba associada aos ventos e às águas, sendo mulher de Xangô, o senhor dos raios e tempestades.
É saudada como "Iya mesan lorun", título referente à incumbência recebida como guia dos mortos. Iansã é associada a sensualidade, dos Orixás femininos é uma das mais guerreiras e imponentes.
Saudação: Epa - hei,Oia!
Dia: Quarta-feira.
Cores: Marrom, vermelho, rosa e branco.
Símbolos: irukerê, espada de cobre.
Proibições: Abóbora, arraia e carneiro.
Sete folhas mais usadas para Oya
Botujé
Ewê diji
Okpá orô
Ewê mensã
Tanaposó
Akoko
Obé semi Oyá
Arquétipo
Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã próximo de si (como madrinha por exemplo ou "mãe") na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente esas mulheres cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.
Cultura afro-brasileira
Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados. É homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica. É um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé1 , além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.
O filme O Pagador de Promessas, um drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte e baseado em história de Dias Gomes, foi filmado inteiramente na porta da Igreja de Santa Bárbara em Salvador, Bahia.
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