terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

INFORME: Bolsa de Estudos na Espanha.

Capes seleciona até 300 bolsistas
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Fundação Carolina selecionam bolsistas para o Programa Estágio de Curta Duração Capes/Fundação Carolina. As bolsas são para doutorado-sanduíche ou pósdoutorado na Espanha, em todas as áreas do conhecimento.
Inscrições até: 28 de fevereiro pelo site www.capes.gov.br, no link editais. Vagas: até 300. Os selecionados receberão bolsa de estudos (doutorado: 1,3 mil euros e pós-doutorado: 2,1 mil euros); auxílio instalação; auxílio saúde e passagem aérea internacional Brasil/Espanha/Brasil, em classe econômica.
Mais informações: 0800 616161.

CARNAVAL

Estou começando a incluir em meu blog um espaço informativo sobre eventos e concursos. 
Já que estamos próximos ao Carnaval, segue abaixo alguns endereços para irmos "enquentando os motores"!
Divirtam-se.
  • Imperador do Ipiranga
Ensaios: Todas as Terças-feiras e sextas-feira a partir das 20h Domingos a partir das 20h30, a entrada é Catraca Livre.
Endereço: Av. Carioca, 99 – Vila Carioca.
Telefone: (11) 2219-1053.
  • Tom Maior
Ensaios: Todas as Terças-feiras das 21h às 23h30, entrada R$ 10 (carteirinha 2011 entrada franca), após o ensaio Sertanejo Universitário.
Endereço: Rua Sérgio Tomás, 622 – Barra Funda.
Telefone: (11) 3494-9040
  • Unidos de Vila Maria
Ensaios: Todas as Quartas-feiras, Sextas-feiras e Domingos a partir das 21h, entrada R$ 10, sócios entrada Catraca Livre.Endereço: Rua Cabo J. Monteiro da Rocha, 448 – Jd. Japão.
Telefone: (11) 2981-3154.
  • X-9 Paulistana
Ensaios: Todas as Quartas-feiras, Sextas-feiras e Domingos, a partir das 20h entrada R$ 10.
Endereço: Av. Luis Dumont Villares, 324 – Parada Inglesa.
Telefone: (11) 2977-2146/ 2975-3893.
  • Leandro de Itaquera
Ensaios: Todas as Sextas-feiras a partir das 21h30, entrada R$ 5 e aos Domingo a partir das 17h com Pagode de Mesa, entrada R$ 5.Endereço: Rua Padre Viegas de Menezes, 66 – Itaquera.
Telefone: (11) 2056-3399.
  • Morro da Casa Verde
Ensaios: Todas as Segundas-feiras e Quintas-feiras das 20h às 23h, com entrada Catraca Livre.
Endereço: Rua Ernani Salomão Rosa Ribeiro, 137 – Parque Peruche.
Telefone: (11) 3965-8964
  • Unidos Peruche
Ensaios: Todas as Quartas-feiras a partir das 20h, entrada R$ 5, Sextas-feiras e Domingo a partir das 20h, entrada R$ 10.Endereço: Av. Ordem e Progresso, 1061 – Bairro do Limão.
Telefone: (11) 3951-4099.
  • Acadêmicos do Tucuruvi
Ensaios: Todas as Quintas-feiras e Sábados a partir das 21h, entrada R$ 5.
Endereço: Av. Mazzei, 722 – Tucuruvi.
Telefone: (11) 2204-7342.
  • Mocidade Alegre
Ensaio Técnico de Rua: Todas as Sextas-feiras a partir das 19h, entrada R$ 7.Endereço: Av. Casa Verde, 3498, Bairro do Limão.
Telefone: (11) 3857-7525/ 3857-3611.
  • Uirapuru da Mooca
Ensaios: Todas as Sextas-feiras e Domingos a partir das 19h, com entrada Catraca Livre.
Endereço: Rua Jaboticabal, 753 – Mooca
Telefone: (11) 2021-6140/ 8591-2360.
  • Acadêmicos do Tatuapé
Ensaios: Todos os Sábados a partir das 21h, entrada R$ 2.
Endereço: Rua Melo Peixoto, 1513 – Tatuapé – Tel: 2091-0736.
  • Águia de Ouro
Ensaios: Todos os Domingos a partir das 19h, entrada R$ 5 mulheres e R$ 10 homens.
Local: A Seringueira (Av. Francisco Matarazzo, 694 – Pompéia), informações: 3872-8262.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CENSURADO

Quem falou que não existe censura neste país?
Recebí este video abaixo que foi proíbido de ser veiculado no programa CQC. Um tremendo ABSURDO! E a culpa é do eleitor brasileiro, enquanto não formos um povo politizado não vai adiantar reclamar.
Quem será, que sugeriu incluir tal item na cesta básica, heim?
"Alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial" já dizia o poeta (Caetano Veloso).
Assistam e me perdoem o linguajar xulo e cenas de violência que estão nesta reportagem.


Vergonhoso e Lamentável este nosso governo brasileiro!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Cada um no seu quadrado"


 "A Hierarquia é Tudo, sem ela o Caos" - (Iyálorixá Stela d'Oxossi, Odé Kaiode - Ilê Axé Opô Afonjá)

Quero poder estar ajudando aos amigos Sacerdotes com estas informações que seguem abaixo, já que nos dias de hoje está muito difícil fazer com que os devotos entendam que tudo tem sua hora certa e conforme vamos cumprindo com nossas obrigações de tempo é que crescemos e aumentamos nossas batas e presentes e louvores aos nossos Orixás! Em síntese: "Não ponham a carroça na frente dos bois!".
Assim, sábias palavras são estas mencionadas acima por esta Ilustre, Culta e visionária Iyalorixá. Peço sua benção. Okê Aro, Odé Arolê!
Axé!
- ABIYAN Literalmente (aquele que está para nascer). É toda e qualquer pessoa que tenha conta lavada, obrigações de bòrí e Orisa assentado (uma pré-iniciação). 
- FILHOS C/ CONTA LAVADA E/OU BÒRÍ: Pode ajudar no serviço doméstico, do terreiro: varrer a casa, o barracão, ajudar nos cafés da manhã e almoços comunitários, realizados em dias de festa de Orisa, lavar louças, ajudar na arrumação, limpeza e decoração do barracão; enfim em tarefas de natureza civil, sem maior envolvimento religioso.
- FILHOS COM ORISA ASSENTADO: Zelam pelos assentamentos individuais e casa do Orisa a que pertençam. Além das tarefas já descritas, podem participar da cerimônia do ose, toda primeira semana do mês, auxiliando na limpeza e ordem das casas-de-santo, em geral. Podem carregar água para todos os Orisas, ajudando os mais velhos no trabalho de encher as quartinhas. Tem autorização para ajudar as Ãjòiè, durante as festividades de barracão, na tarefa de enxugar rostos de Orisas manifestados nos Adosu, endireitando-lhes as vestes e paramentos. Devem participar dos trabalhos de cozinha, no preparo das comidas dos Orisas, aprendendo, desde logo, a quem pertence determinada iguaria e, também, como se tira um ase. 
- IYÁWÓ / ADOSU: OLÒRISÁ: São senhores de enormes responsabilidades, deveres e direitos. Contam tempo de iniciação de Orisa. O processo iniciático de um Adosu demora sete anos, com os seus ètutu completos. O tempo só se completa com as obrigações! Se um Olòrisá tem quarenta anos de iniciado, com apenas obrigação de três anos é considerado com três anos de Orisa. Portanto, seu campo de participação será bastante restrito. É um Iyáwó de quarenta anos de Orisa. A obrigação de sete anos é o término da iniciação, é a mais importante de todas. Daí passa a ser chamado de Egbón, irmão mais velho.
Não tem sentido um Adosu sem educação, ignorante, bruto, de nariz em pé, senhor da situação e da verdade. Existem três espécies de Adosu às avessas: o de cabeça dura, o rebelde e o desinformado, mal – orientado. O rebelde sofrerá muito, vítima de si mesmo entregue à própria sorte.
O Iyáwó, além dos deveres dos filhos de santo assentados, é sujeito de outros tantos, mais complexos. É necessário que saiba tudo a respeito da vida do terreiro: o ciclo de festas, obrigações dos irmãos mais velhos, bòrí, entrada de Iyáwó, asese.
Tem de aprender a dançar, cantar, responder os cânticos comportar-se com dignidade, consideração e simpatia. É indispensável o desempenho das tarefas mais singelas, a exemplo da faxina, trabalho de cozinha e manutenção da roça. Deve se vestir adequadamente, com boa aparência, sem afetação. O Iyáwó deve ensinar seus àbúrò (o mais novo), sempre atento para os ensinamentos de seus mais velhos. Deve transmitir conhecimentos com serenidade e equilíbrio.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Umbanda

 

Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza vários elementos, inclusive de outras religiões como o catolicismo, o espiritismo e as religiões afro-brasileiras. A palavra umbanda deriva de m'banda, que em quimbundo significa "sacerdote" ou "curandeiro".
 Os conceitos aqui relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista e enciclopédica. Por se tratar de um conjunto religioso com várias ramificações, as informações aqui expostas buscam informar aos leitores da forma mais abrangente possível e sem discriminação ou preconceitos, pois todas as "umbandas" têm, suas razões de existirem e de serem cultuadas.

História

Origem da Umbanda
As raízes da umbanda são difusas. Entretanto, podemos afirmar que ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Antes disso, já havia, de fato, o trabalho de guias (preto-velhos, caboclos, crianças), assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio que se organizou uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual se deu o nome de umbanda.
Nesta época, não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos.
Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da umbanda.
A partir dai muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da religião, passaram a dizerem-se umbandistas, de forma a fugir da perseguição policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoje a umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas.
Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a palavra umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umbandomblé, Umbanda traçada) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática). Existe também a "Umbanda popular", onde encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.

Fundamentos

Os fundamentos da umbanda variam conforme a vertente que a pratique.
Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de umbanda. São eles:
  • A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo, Zambi para preto-velhos, Tupã para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo Deus;
  • A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;
  • O culto aos orixás como manifestações divinas (alguns umbandistas cultuam a chamada umbanda branca, esta, no entanto não cultua os orixás, sendo unicamente voltada ao culto se caboclos, pretos velhos e crianças), em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
  • A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos";
  • O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;
  • Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;
  • A crença na imortalidade da alma;
  • A crença na reencarnação e nas leis cármicas;

Um Deus único e superior

Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual.

Orixás

Os orixás são manifestações do Grande Deus Olorum. Todo o universo surge de Olorum através das radiações que são individualizadas e personificadas em orixás. Essas radiações são personificadas de formas diferentes nos diversos terreiros - depende da influência histórica que cada um sofreu. A radiação (vibração da água) pode ser relacionada apenas a Iemanjá, mas pode ser subdividida em Oxum: água doce, Nanã: pântano e Iemanjá: mares. Ocorre semelhante com Ossain e Oxóssi.
Muitos escritores da umbanda relacionam as Sete Linhas aos Orixás, outros preferem relacionar as Sete Linhas com as vibrações e não diretamente a orixás, já que eles são mais de sete.
Os orixás não são originários da umbanda, muito antes eles já eram reverenciados nas terras africanas por diversas tribos. Muitos deles não se tornaram conhecidos aqui no Brasil, e até mesmo nas tribos africanas cada uma possuía seu orixás e desconhecia outros que eram cultuados em tribos diferentes.
Quando começou o tráfico de escravos, muitos negros de tribos diferentes foram vendidos juntamente, desta maneira os diversos orixás de tribos distantes se encontraram em terras brasileiras e formaram o grande panteão do Candomblé. Notadamente a nação que mais influenciou foi a Iorubá.
Nesta visão ainda própria dos ritos tribais, o orixá era um ancestral que todos tinham em comum. Geralmente era considerado como o próprio fundador da tribo e deixava grande influência por suas características incomuns de liderança, poderes espirituais e grande habilidade de caça. A tribo tinha no orixá um símbolo da união, pois todos eram filhos diretamente desse grande ancestral; com isso surge o termo Orixá histórico - realmente um rei, rainha, feiticeiro, guerreiro que existiu.
No nascimento do Candomblé, os homens passaram a ser filhos espirituais dos orixás, pois a relação de ancestralidade que existia na tribo não se confirmava mais na nova realidade da América. A partir da umbanda se configura a uma nova visão: o Orixá Cósmico. O orixá, pela cosmogonia umbandista, nunca viveu na terra, ele é muito mais que o espírito desencarnado de um homem; Toda criação é o resultado do trabalho harmônico dos orixás, espíritos elevadíssimos, verdadeiros arquitetos e mantenedores da criação.

Sincretismo

A umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo (fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual etc.).
A umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotados entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.
A máxima dentro da umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".
Mantém-se na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido.
Há discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincretizado a cada orixá.
Alguns exemplos:
  • Exu - Santo Antonio no Rio de Janeiro, chamado de Bará no Rio Grande do Sul;
  • Oxumaré - São Bartolomeu no Brasil
  • Ogum - São Jorge, principalmente no centro-sul do Brasil e Santo Antonio na Bahia;
  • Oxossi - São Sebastião; principalmente no centro-sul do Brasil, São Jorge       na Bahia;
  • Xangô - São Jerônimo, São João Batista, São Miguel Arcanjo
  • Iemanjá - Nossa Senhora dos Navegantes;
  • Oxum - Nossa Senhora da Conceição;
  • Iansã - Santa Bárbara;
  • Omulu - São Roque;
  • Obá - Santa Rita de Cássia, Santa Joana d'Arc.
  • Obaluaê - São Lázaro;
  • Nanã - Sant'Anna;
  • Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.

O culto umbandista

A umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos orixás e dos seus guias, que na umbanda se denominam giras.
O chefe do culto no Centro é o Sacerdote ou Sacerdotisa (pode ser Babá, Zelador, Dirigente, Diretor(a) de culto, Mestre(a), sempre dependendo da forma escolhida por cada casa). São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. São quem coordenam as sessões/giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.
Vale lembrar que o termo pai-de-santo ou mãe-de-santo não deve ser aplicado na religião de umbanda, pois estes termos são oriundos do Candomblé, que é uma religião diferente da umbanda.
Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns.
Na umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade.
Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para os guias e para os orixás.
Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.
Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarregadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.
Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.
Segundo a umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser:  preto-velhos, caboclos, boiadeiros, mineiros, crianças, marinheiros, ciganos, baianos, orientais, xamãs,exus e pomba-giras.

As sessões

O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras.
Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Preto-Velhos, Caboclos, Ciganos… As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.
As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego.
No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.
O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus (um gênero de espírito desencarnado) para auxiliar a desobsessão.
Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária.
Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras mediúnicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.

Médiuns

Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pela influência de espíritos).
A umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da umbanda, respeitar os guias e orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.
Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.
Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos orixás e guias. Ter um comportamento moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria e regida através de um profundo estudo da religião, e seguida por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus orixás e guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.
Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a relação que existe abaixo, no item "Literatura Umbandista".
Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec), mas a maioria segue as orientações da literatura umbandista que é prolífica nas discussões teóricas e nas orientações práticas. Há livros umbandistas a partir da década de 1930.

As Linhas da Umbanda Sagrada

Linha
Sentido
Orixá Positivo
Orixá Negativo
Sentimento
Cristalina
Religiosidade
Mineral
Amor
Concepção
Vegetal
Raciocínio
Conhecimento
Ígnea
Razão
Justiça
Eólica
Equilíbrio
Lei
Telúrica
Saber
Evolução
Aquática
Geração
Maternidade

Sacrifício ritual de animais

Existem várias ramificações dentro da Religião de umbanda. Entretanto na umbanda não se usa o sacrifício de animais em hipótese alguma.
Esta prática está ligada a algumas linhas que ainda cultuam junto com a umbanda alguns rituais de religiões afro-brasileiras.

Uso de bebidas alcoólicas

Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:
  • Os que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) criando uma espécie de tabu;
  • Os que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento, como os que abusam);
  • Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto a sua utilização, buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação).
Toda essa controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo conseqüências graves para sua vida material e espiritual.
Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atraírem espíritos de luz, se afinar com espíritos de viciados que já morreram - esses espíritos serão obsessores dessa pessoa, uma vez que ela satisfaz seus desejos materialistas. Note-se que o álcool é um elemento usado na magia para trabalhos para o bem; abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de luz. Existem casas que, por ordem do mentor espiritual, nunca usaram ou deixaram de utilizar o fumo, assim como a bebida alcoólica, sem que por isso, tivessem qualquer problema com as entidades que, por ventura, utilizavam esses elementos. Afinal, os espíritos podem se adaptar e mudar a forma de trabalhar de acordo com o fundamento de cada instituição. É importante ressaltar, ainda, que quanto menos o espírito utilizar materiais terrenos melhor. Eles podem trabalhar com elementos bastante etéreos e tão eficazes quanto os fluidos do próprio médium.

Paramentos

Na umbanda, os médiuns usam normalmente como paramentos apenas roupas brancas, podendo estar os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade.
Mas há umbandas que também utilizam roupas com as cores de cada linha. Por exemplo, em giras de Ogum se utiliza camisas ou batas vermelhas e calças e saias brancas.
Nas giras de esquerda as roupas são pretas, sendo que as filhas de santo podem se vestir de vermelho e preto.
Pode ocorrer, por exemplo, que uma entidade de Preta-velha solicite uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos; isso visa a proporcionar que o médium se pareça mais com a entidade que está incorporando.
Também há os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar cocares, alguns utilizam machadinhas de pedra, chocalhos, etc.
Outra visão sobre os paramentos e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado, quando negativa.
 A Umbanda não foi codificada, como foi o kardecismo em sua origem por Hippolyte Leon Denizard Rivail (Livro dos espíritos, Livro dos médiuns, Evangelho Segundo Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese) a Umbanda foi manifestada e o kardecismo esclarecido, por isso temos muito a aprender com o Kardecismo sobre esclarecimento e eles muito a aprender conosco sobre manifestação.
Costumo dizer que se não temos uma “Bíblia Umbandista”, todos os livros sagrados da humanidade são nossos, para extrairmos o que eles tiverem de melhor, temos a liberdade de estudar a Bíblia Cristã, o Tora (Judeu), O Alcorão (Muçulmano), O Tao Te Ching (Chinês), O Zend Avesta (Persa), Os Vedas (Hindu) e tantos outros.
·        Não temos 10 mandamentos Católicos, mas nos basta apenas um mandamento: “Amar ao próximo como a si mesmo e Deus acima de todas as coisas”
·        Não temos sete pecados capitais (gula, avareza, inveja, ira, luxuria, orgulho e preguiça) porque não acreditamos em pecado, mas cremos em vícios e virtudes, nos sete sentidos da vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração) dentro de nosso livre arbítrio, onde o que se volta para o ego torna-se vicio.
·        Não temos dogma nem tabu, pois na Umbanda ninguém é obrigado a aceitar nada, mas o conhecimento vai sendo absorvido naturalmente e da mesma forma a própria religião evolui e se adapta.
Não é uma seita religiosa, é religião, portanto tem seus fundamentos próprios que devem ser esclarecidos. O conceito de seita é muito antigo e vem da época em que havia religiões oficiais, onde aqueles que se opunham de alguma forma àquela liturgia, formando grupos dissidentes, eram chamados de seitas e, portanto considerados “hereges”, à margem da sociedade...
...Podemos e devemos absorver o conhecimento de outras religiões, ampliando assim nosso universo espiritual. Na verdade temos a aprender com todos e todos têm a aprender conosco, quando a única religião for o Amor, o que existirão serão práticas diferentes deste Amor, Umbanda é a nossa prática do Amor. Cada um ou cada grupo umbandista realiza seus trabalhos, sessões, segundo seu ponto de vista, sem deixar de ser umbanda. Cada casa, templo ou tenda é diferente um do outro e todos são centros ou “igrejas de umbanda”. O que há em comum é a essência e não a forma!
Hoje temos várias religiões com o nome "Umbanda" (Linhas Doutrinárias) que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.
Alguns exemplos dessas ramificações são:
  • Umbanda Popular - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixás Africanos;
  • Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;
  • Umbanda Branca e/ou de Mesa - Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinária se prende mais ao trabalho de guias como caboclos preto-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária;
  • Umbanda Omolokô - Trazida da África pelo Tatá Tancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
  • Umbanda Traçada ou Umbandomblé - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;
  • Umbanda Esotérica - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";
  • Umbanda Iniciática - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito;


  • Umbanda de Caboclo - influência da cultura indígena brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";
  • Umbanda de preto-velhos - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos preto-velhos;
    • Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Diferenciam-se das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.

O que é o Candomblé?

Candomblé

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Candomblé é um designativo para diversos cultos, intitulados Nações em que há o cultivo dos orixás. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

Carybé - Ala de Oxalufã - Aquarela

A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo, portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás/Inquices/Voduns, sua cultura, e seu idioma, entre 1549 e 1888. Diz Clarival do Prado Valladares em seu artigo «A Iconologia Africana no Brasil», na Revista Brasileira de Cultura (MEC e Conselho Federal de Cultura), ano I, Julho-Setembro 1999, p. 37, que o «surgimento dos candomblés com posse de terra na periferia das cidades e com agremiação de crentes e prática de calendário verifica-se incidentalmente em documentos e crônicas a partir do século XVIII». O autor considera difícil para «qualquer historiador descobrir documentos do período anteriores diretamente relacionados à prática permitida, ou subreptícia, de rituais africanos». O documento mais remoto, segundo ele, seria de autoria de D. Frei Antônio de Guadalupe, Bispo visitador de Minas Gerais em 1726, divulgado nos «Mandamentos ou Capítulos da visita».

Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, proibido pela igreja católica, e discriminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5 % população total) declararam o candomblé como sua religião. Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador. Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitos povos de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente. Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.

O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yorubá, as quais foram desenvolvidas independentemente do candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.


Nações

Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os yoruba, os ewe, os fon, e os bantu. Jean Baptiste Debret - Etnias

Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais. A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:

  • Nagô ou Iorubá
    • Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua Yoruba (Iorubá ou Nagô em Português)
    • Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
    • Ijexá principalmente na Bahia
    • Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo
    • Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhão
    • Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).
  • Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de línguas Bantu, Kikongo e Kimbundo.
    • Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios)
  • Jeje A palavra Jeje vem do yoruba adjeje que significa estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomey e pelos povos Mahis ou Mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubas para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahis eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou povos Savalu do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savé" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomey ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje, (Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo)- língua ewe e língua fon (Jeje)
    • Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão.

Crença

Candomblé é uma religião "monoteísta", embora alguns defendam a idéia que são cultuados vários deuses, o deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Nzambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica. Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas de animais, vegetais e minerais, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, mas não são cultuados em templo exclusivo, é louvado em todos os preceitos e muitas vezes são confundidas com o Deus cristão.

  • Os Orixás da Mitologia Yoruba foram criados por um deus supremo, Olorun (Olorum) dos Yoruba;
  • Os Voduns da Mitologia Fon foram criados por Mawu, o deus supremo dos Fon;
  • Os Nkisis da Mitologia Bantu, foram criados por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador.

O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinqüenta das centenas deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades", que podem ser cultuadas como um diferente Orixá/Inquice/Vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser "identificados" com os Voduns do Jeje e Inquices dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.

Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.

Acreditam na vida após a morte, e que os espíritos dos babalorixás falecidos possam materializar-se em roupas específicas, são chamados de babá Egum ou Egungun e são cultuados em roças dirigidas só por homens no Culto aos Egungun, os espíritos das iyalorixás falecidas são cultuados coletivamente Iyami-Ajé nas sociedades secretas Gelede, ambos cultos são feitos em casas independentes das de candomblé que também se cultuam os eguns em casas separadas dos Orixás.

Acreditam que algumas crianças nascem com a predestinação de morrer cedo são os chamados abikus (nascidos para morrer) que podem ser de dois tipos, os que morrem logo ao nascer ou ainda criança e os que morrem antes dos pais em datas comemorativas, como aniversário, casamento, e outras.

Sincretismo

No tempo das senzalas os negros para poderem cultuar seus Orixás, Inkices e Voduns usaram como camuflagem um altar com imagens de santos católicos e por baixo os assentamentos escondidos, segundo alguns pesquisadores este sincretismo já havia começado na África, induzida pelos próprios missionários para facilitar a conversão.

Depois da libertação dos escravos começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do Cristianismo. Crucifixos e imagens eram exibidos nos templos, Orixás eram freqüentemente identificados com Santos Católicos, algumas casas de candomblé também incorporam entidades caboclos, que eram consideradas pagans como os Orixás.

Mesmo usando imagens e crucifixos inspiravam perseguições por autoridades e pela Igreja, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria, muitos mesmo não sabendo nem o que era isso.

Nos últimos anos, tem aumentado um movimento "fundamentalista" em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo aos elementos Cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro" baseado exclusivamente nos elementos Africanos.

Templos

Os Templos de candomblé são chamados de casas, roças ou Terreiros.As casas podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista:

  • Casas pequenas, que são independentes, possuídas e administradas pelo babalorixá ou iyalorixá dono da casa e pelo Orixá principal respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por parentes consangüíneos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é desativada. Não há nenhuma administração central.
  • Casas grandes, que são organizadas têm uma hierarquia rígida, não é de propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade Civil ou Beneficente.
    • Casas de linhagem matriarcal: (só mulheres) assumem a liderança da casa como Iyalorixá.
      • Ilé Axé Iyá Nassô Oká - Casa Branca-Engenho Velho - considerada a primeira casa a ser aberta em Salvador, Bahia
      • Ilê Maroiá Lájié - Mãe Olga de Alaketu - Fundada em 1636 no Matatu de Brotas por Otampé Ojarô
      • Ilé Iyá Omi Axé Iyámase do Gantois - Terreiro do Gantois - Salvador, Bahia
      • Ilé Axé Opó Afonjá - Opó Afonjá - Salvador, Bahia e Coelho da Rocha, Rio de Janeiro
      • Kwe Kpodaba - Asé Podaba - fundado em 1851 - Rio de Janeiro [carece de fontes?]
      • Ilé Omo Oyá Legi - Mesquita, Rio de Janeiro
      • Zoogodô Bogum Malê Rondó - Terreiro do Bogum - Salvador, Bahia
      • Querebentan de Zomadônu - Casa das Minas - fundada +/- 1796 - São Luiz, Maranhão
      • Ilê Axé Íyà Atara Magbá - Santa Cruz da Serra - RJ. Fundada e dirigida até hoje por Omindarewa de Yemanja.
    • Casas de linhagem patriarcal: (só homens) assumem a liderança da casa como Babalorixá no Culto aos Orixás ou Babaojé no Culto aos Egungun.
      • Ilê Agboulá - Ilha de Itaparica
      • Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá - Ilê Axipá - Salvador, Bahia
    • Casas de linhagem mista: tanto homens como mulheres podem assumir a liderança da casa.
      • Ilé Axé Oxumarê - Casa de Oxumare - Salvador, Bahia
      • Ilé Axé Odó Ogè - Terreiro Pilão de Prata - Salvador, Bahia
      • Obá Ogunté - Terreiro Obá Ogunté - Recife, Pernambuco
      • Kwé Ceja Houndé - Roça do Ventura - Cachoeira e São Felix, Bahia
      • Ilê Axé Iyá Ogunté - Casa de Iemanjá - Maceió, Alagoas
      • Terreiro Viva Deus - Asepo Eran Opé Oluwá - Cachoeira - Bahia. Fundada por José Domingos de Santana- Zé do Vapor de Ogum. Dirigido hoje pelo babalaxé Luiz Sergio Barbosa de Oxalufã.
      • Ilé Àsé Igba Onin Odé Akueran - Casa Pai Francisco - Curitiba- Paraná. Fundada por José Francisco- Odé Otaioci. Dirigido hoje pela Iyálàsé Tutty.

A lei federal nº. 6.292 de 15 de Dezembro de 1975 protege os terreiros de candomblé no Brasil, contra qualquer tipo de alteração de sua formação material ou imaterial. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) são os responsáveis pelo tombamento das casas.

A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos rituais longos da iniciação. Em caso de morte de uma iyalorixá, a sucessora é escolhida, geralmente entre suas filhas, na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opele-Ifa ou jogo de búzios. Entretanto a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um sucessor, e conduz freqüentemente a rachar ou ao fechamento da casa. Há somente três ou quatro casas em Brasil que viram seu 100° aniversário.

Hierarquia

No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados por tipo de iniciação ao sacerdócio.

  • Culto de Ifá participam tanto homens quanto mulheres, sendo um Culto patriarcal conduzido pelos Babalawos.
  • Cultos aos Egungun participam tanto homens quanto mulheres, sendo Culto patriarcal que lida diretamente com a ancestralidade, conduzido pelos Ojés.
  • Candomblés Ketu participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens (Babalorixás) quanto por mulheres (Iyalorixás), entram em transe com Orixá.
  • Candomblés Jeje participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres Vodunsis, entram em transe com Vodun.
  • Candomblés Bantu participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.

Sacerdócio

Nas religiões Afro-brasileiras o sacerdócio é dividido em:

  • Babalawo - Sacerdote de Orunmila-Ifa do Culto de Ifá
  • Bokonon - Sacerdote do Vodun Fa
  • Babalorixá ou Iyalorixá - Sacerdotes de Orixás
  • Doté ou Doné - Sacerdotes de Voduns
  • Tateto e Mameto - Sacerdotes de Inkices
  • Ojé - Sacerdote do Culto aos Egungun
  • Babalosaim - Sacerdote de Ossaim.

Temas polêmicos

Luta contra o racismo e discriminação religiosa.

Manuel Raimundo Querino foi um abolicionista ferrenho, lutou contra as perseguições existentes aos praticantes das religiões afro-brasileiras que eram rotuladas de religiões bárbaras e pagãs.

Procópio de Ogum teve o seu reconhecimento por ter participado da legitimação da religião do candomblé, durante a perseguição às religiões afro-brasileiras promovida pelas autoridades do Estado Novo. Nesse período, o Ilê Ogunjá foi invadido pela polícia baiana, sob a supervisão do famoso delegado Pedrito Gordo. Procópio foi preso e espancado. O jornalista Antônio Monteiro foi uma das pessoas que ajudou na libertação de Procópio. Tal acontecimento - caso Pedrito - registrou o nome de Procópio na história popular baiana, chegando mesmo a fazer parte de uma letra de samba-de-roda:

"Procópio tava na sala, esperando santo chegá, quando chegou seu Pedrito, Procópio passa para cá. Galinha tem força n'asa, o galo no esporão, Procópio no candomblé Pedrito no facão". (samba - de - roda, autor desconhecido)


O Jornal da Bahia, de 3 de maio de 1855, faz alusão a uma reunião na casa Ilê Iyá Nassô: "Foram presos e colocados à disposição da polícia Cristóvão Francisco Tavares, africano emancipado, Maria Salomé, Joana Francisca, Leopoldina Maria da Conceição, Escolástica Maria da Conceição, crioulos livres; os escravos Rodolfo Araújo Sá Barreto, mulato; Melônio, crioulo, e as africanas Maria Tereza, Benedita, Silvana... que estavam no local chamado Engenho Velho, numa reunião que chamavam de candomblé".

Pierre Verger.

A intolerância e a perseguição às religiões afro-brasileiras continuam até os dias atuais, a Liberdade religiosa constante da Constituição Brasileira nem sempre é respeitada.

  • Cultura yoruba Palestra de Juarez Tadeu de Paula Xavier

Abdias do Nascimento conta em uma entrevista concedida ao Portal Afro: "Os cultos afro-brasileiros eram uma questão de polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da polícia do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São peças que provavam a suposta delinqüência ou anormalidade mental da comunidade negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era um camarada doente da cabeça por ter sua própria crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto. Eles não podiam aceitar isso."

Homossexualidade

A homossexualidade está presente na maioria das religiões, porém oculta, indiscutivelmente abafada e muitas vezes negada pelos ditos ex-homossexuais.

No Candomblé a homossexualidade é amplamente aceita e discutida nos dias atuais, mas já teve um período que homens e homossexuais não podiam ser iniciados como rodantes (termo usado para pessoas que entram em transe), não era permitido em festas que um homem dançasse na roda de candomblé mesmo que estivesse em transe.

O mais famoso e revolucionário homossexual do candomblé foi sem dúvida Joãozinho da Goméia, que afrontou as matriarcas e ocupou seu espaço tornando-se conhecido internacionalmente. Tiveram muitos outros, mas nenhum conseguiu suplantá-lo em ousadia e popularidade.

Interrupção da gravidez

Nas religiões afro-brasileiras que na maioria são religiões derivadas das religiões tribais africanas, são contra o aborto e um dos motivos é o religioso, o africano vê o filho como a continuação da própria vida, filho é o bem mais precioso que o homem africano possa ter, em conseqüência disso, foram trazidos para o Brasil alguns conceitos.

  • No conceito social: Amparam e orientam adolescentes e mulheres grávidas.
  • No conceito religioso: Oxum é quem rege o processo de fecundidade, cuida do embrião, evita o aborto espontâneo, não aprova o aborto provocado, mantém a criança viva e sadia na barriga da mãe até o nascimento. Uma mulher quando não consegue engravidar, recorre a Oxum.
  • No conceito jurídico: Só aprova a interrupção da gravidez, nos casos previstos em lei.

Mas como em toda religião, quando acontece uma gravidez indesejada, muitas mulheres procuram soluções alternativas fora dos Terreiros, como: chás, remédios e até mesmo clínicas de aborto.

Em virtude do grande número de abortos clandestinos que são feitos e as inúmeras mortes ocorridas, algumas pessoas estão lutando por essas causas relacionadas às mulheres.

  • Leila Linhares Barsted, (advogada) atua na Comissão Estadual de Segurança da Mulher, que monitora e pressiona o governo em ações como manutenção de abrigos para vítimas de violência e delegacias especializadas.
  • Maria José de Oliveira Araújo (médica) comandou o setor de saúde da mulher da Prefeitura de São Paulo e implementou, pela primeira vez no país, o serviço de aborto em hospitais públicos para os casos previstos em Lei.
  • Silvia Pimentel, (advogada) em janeiro de 2005, assumiu o cargo de vice-presidente da mais alta instância de defesa dos direitos da mulher, o Comitê Cedaw da ONU.

Mudança de hábitos e costumes

As casas de candomblé são freqüentadas e habitadas por um número variável de pessoas, pode variar de 20 a 300 pessoas dependendo do tamanho da casa e da ocasião ou do evento. Fora do período de festas na casa só ficam as pessoas residentes, mas nas obrigações e festas além dos residentes virão os outros filhos-de-santo da casa, os visitantes e convidados. Quanto maior o número de pessoas, maior será a preocupação com a higiene e alimentação. Os animais são abatidos pelo Axogum e limpos, as comidas são preparadas sempre sob a vigilância da Iyabassê encarregada da cozinha e responsável pela qualidade dos alimentos tanto para os Orixás como para as pessoas.

A maior preocupação nas casas de candomblé e das outras religiões afro-brasileiras sempre foi com as doenças infecciosas principalmente a tuberculose e hepatite, por serem transmissíveis através de copos e talheres, por esse motivo cada filho da casa deve ter seu prato e caneca identificados, iyawos durante o período de recolhimento não usam talheres só passam a usá-los depois da caída de quelê. A higiene com pratos, talheres e copos sempre foi constante. Nos tempos modernos quando já existem os materiais descartáveis ficou um pouco mais fácil de lidar com o problema.

Com o surgimento de novas doenças como HIV ou Aids muitos hábitos e costumes do candomblé tiveram que ser mudados. Na iniciação os Iyawos tinham suas cabeças raspadas e curas feitas por uma única navalha que a Iyalorixá recebia de sua mãe-de-santo quando da posse do cargo, isso passou a ser feito com mais cuidado, adotando-se navalhas individuais ou descartáveis.

Um dos maiores problemas enfrentados nas casas de candomblé tem sido com a dengue, principalmente nas regiões onde os focos do mosquito estão sendo combatidos. Os potes de abô (infusão de folhas sagradas) foram esvaziados para evitar possível proliferação do mosquito, os banhos são preparados com água e folhas frescas e usados imediatamente.