quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dia 02 de Fevereiro, dia de Festa no Mar...

YEMANJÁ

Ye + omo + eja = mãe dos filhos peixes, ou, Yèyé omo ejá (Mãe cujos filhos são peixes). O cristal representa seu poder genitor e sua interioridade (filhos contidos em si mesma). Representa a gestação e a procriação. Em alguns mitos considera-se mulher de Òrányàn (descendente de Oduá e fundador de Oyó) de quem ela concebeu Sàngó (Ancestre dicino da dinastia dos Àlàfin de Òyó).
A mãe dos orixás, esposa de Òrìnsànlá. No Brasil é a deusa do mar, da água salgada, enquanto na Nigéria, a deusa de um rio(Ogún), e orixá dos Egbá, onde existe o rio Yemoja. Também a deusa do encontro das águas do rio e do mar.
A mais antiga é Iyá Sagba , que quer dizer, A Mãe que passeia sobre as ondas.
Suas cores são o azul claro, branco e azul e o cristal, sua saudação, Odoyiá = Mãe do rio. Sábado é o seu dia consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seu dia consagrado é 2 de fevereiro
Segundo algumas fontes; Orixá dos rios e correntes, especialmente do Rio Ogun, na África seria filha de Obatalá e Oduduwá, casada com Oranyian, fundador mítico de Oyó, teria sido esposa de Aganjú, e com ele teve um filho Orùngan, que a violou e dela são descendentes outros quinze orixás: Dadá, Sangó, Ògún, Olokun, Olosá, Oyá, Òsun , Obá, Oko, Oke, Saponan; Òrun (sol) e Osupá (lua); Ososo e Aje Saluga (orixá da riqueza). Seus diversos nomes são relativos aos diferentes lugares profundos (ibù) do rio.

Qualidades: 7 conhecidas, seus nomes diferem conforme região.
1) Yemoja Ogunte (esposa de Ogum Alagbedé)
2) Yemoja Saba (fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá)
3) Yemoja Sesu/Susure (voluntariosa e respeitável, mensageira de olokun)
4) Yemoja Tuman/Aynu
5) Yemoja Ataramogba/Iyáku (vive na espuma da ressaca da maré)
6) Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô)
7) Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas, esposa de Oxalá).

Iemanjá ou Yemanjá (do iorubá Yemọja) era na origem o orixá dos Egbá, nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemọja. As guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a migrar para Abeokutá, no oeste, no início do século XIX, levando consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade. O rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se a nova morada de Iemanjá. Segundo Pierre Verger, esse rio Ògùn nada tem a ver com Ògún, o orixá Ogum, apesar da opinião de autores do fim do século XIX. Seu nome iorubá deriva de Yèyé ọmọ ẹjá ("Mãe cujos filhos são peixes").
O principal templo de Iemanjá está localizado em Ibará, um bairro de Abeukutá. Os fiéis desta divindade vão todos os anos buscar a água sagrada para lavar os axés, não no rio Ògùn, mas numa fonte de um dos seus afluentes, o rio Lakaxa. Essa água é recolhida em jarras, transportada numa procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeira (ère) e um conjunto de tambores. O cortejo na volta vai saudar as pessoas importantes do bairro, começando por Olúbàrà, o rei de Ibará.
Iemanjá seria filha de Olóòkun, deus (em Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Tem diversos nomes, relativos, como no caso de Oxum, aos diferentes lugares profundos (ibù) do rio. Ela é representada nas imagens com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva.
Iemanjá no Brasil No Brasil, Iemanjá é provavelmente a mais popular entre os orixás. Seu axé é assentado sobre pedras marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul. O sábado é o dia da semana que lhe é consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro. Olocum é lembrada por alguns terreiros como sua mãe, mas não incorpora nem recebe culto à parte.
O símbolo de Iemanjá é um abebé, um leque de metal prateado com a figura de um peixe. Fazem-se oferendas de patas, galinhas e cabras bancas, não se aceitando animais de outras cores. Seus pratos são também brancos: ebó de milho branco com mel, arroz e angu. É saudada com o brado de "Odôia!" ou "Odô-fé-iabá!". Suas iaôs dançam imitando os movimentos das ondas, ao ritmo vagaroso e pesado chamado sató, usado também para Nanã.
Diz-se na Bahia que há sete Iemanjás:
• Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;
• Iamassê, mãe de Xangô;
• Euá (Yewa), rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn e que frequentemente é confundido com Iemanjá em certas lendas;
• Olossá, a lagoa africana na qual deságuam os rios.
• Iemanjá Ogunté, casada com Ogum Alagbedé.
• Iemanjá Assabá, manca e sempre fiando algodão.
• Iemanjá Assessu, muito voluntariosa e respeitável.
As filhas de Iemanjá são voluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto.
Na Bahia, Iemanjá é freqüentemente representada na forma de uma sereia, com longos cabelos soltos ao vento. Chamam-na também, Dona Janaína e Rainha do Mar. A origem do nome "Janaína" é controvertida: O dicionário Houaiss registra a tentativa da museóloga e folclorista Olga Cacciatore, de explicar esse nome como composição iorubá: iya "mãe" + naa "que" + iyin "honra", mas isso está longe de ser ponto pacífico. É possível que seja um diminutivo do nome das janas do folclore português e mediterrâneo, cujo nome deriva da deusa romana Diana e que também são imaginadas como sereias ou fadas das águas. Também é usado o nome Inaiê, talvez do tupi ina'ye, o inajé ou gavião-carijó (Rupornis magnirostris), cujo nome significaria, originalmente, "solitário".
Iemanjá é geralmente sincretizada com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, festejada no dia 8 de dezembro. Entretanto, os baianos deixam de lado o sincretismo que liga Oxum a Nossa Senhora das Candeias, festejada no dia 2 de fevereiro, e organizam nessa data a principal festa para Iemanjá, na praia do Rio Vermelho, que atrai uma multidão imensa de fiéis e admiradores. Oferecem-lhe imensas cestas cheia de presentes, cartas e súplicas, que é coberta de flores e levada em um saveiro, à frente de uma procissão de barcos, para o alto-mar, onde são depositadas sobre as ondas. Se forem devolvidas à praia, é sinal de recusa da divindade.
Em 8 de dezembro, ocorre a festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia, padroeira da Bahia. Nesse dia, feriado municipal em Salvador, também é realizado, na praia da Pedra Furada, no bairro do Monte Serrat (também chamado Boa Viagem), a festa do presente de Iemanjá, manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais.
Yemanjá_Carybé_Aquarela
Yemaya, outra representação
Em Cuba, Yemaya possui as cores azul e branca, é uma rainha do mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da Santeria como santa padroeira dos portos de Havana. Sua festa, em 8 de setembro, dia da Natividade de Nossa Senhora no calendário católico, atrai sempre uma grande multidão. Como no Brasil, a orixá é associada mais às águas salgadas do que à água doce, como na África. Entretanto, em Cuba está mais viva a lembrança de Olocum, ali considerado um orixá andrógino, deus ou deusa do mar que foi seu pai e mãe e que recebe um culto específico. Diz-se que de Olokun nasceram sete Yemayas: Lydia Cabrera fala em sete nomes igualmente, especificando bem que apenas uma Iemanjá existe à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.
• Yemaya Awoyó, a mas velha, que usa os trajes mais ricos e se protege com sete anáguas para fazer a guerra e defender seus filhos. Vive no mar e repousa na lagoa; come carneiro e, quando sai a passeio, usa as jóias de Olocum e coroa-se com Oxumaré, o arco-íris.
• Yemaya Ogunte, azul-clara, vive nos recifes próximos da praia e é a guardiã de Olocum. Sob este nome é a mulher de Ogum, orixá da guerra; é uma amazona terrível que traz, pendurado na cintura, um facão e outros instrumentos de ferro de Ogum. Ela é severa, rancorosa e violenta; detesta pato e adora carneiro.
• Yemaya Maylewo ou Maleleo, vive no mato, num lago ou numa fonte inesgotável, graças à sua presença. Como Oxum, ela tem relação com as feiticeiras. Tímida e reservada; incomoda-se quando se toca o rosto de sua iaô e retira-se da festa.
• Yemaya Asaba, cujo olhar é insustentável. É muito altiva e escuta apenas virando-se de costas ou inclinando-se ligeiramente de perfil; é perigosa e voluntariosa. Usa uma corrente de prata no tornozelo. Ela foi a mulher de Orunmilá que escutou suas opiiões com respeito, apesar de ter usado os intrumentos da adivinhação quando ele estava ausente. Indignado, Orunmilá expulsou-a momentaneamente.
• Yemaya Akura ou Akuara, Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro. Come com Nanã.É cultuada no ritual de abikus para a cura da mortalidade infantil. Não é raspada somente catulada.
• Yemaya Apara, vive na água doce, na confluência de dois rios, onde se encontra com sua irmã Oxum. Ela dança alegremente e com bons modos; cuida dos doentes e prepara remédios.
• Yemaya Asesu, mensageira de Olocum. Vive em água agitada e suja; é muito séria, come pato e é, também, muito lenta para atender aos pedidos de seus fiéis. Ela esquece o que se lhe pede e põe-se a contar meticulosamente as penas do pato que lhe foi sacrificado. Caso se engane nos seus cálculos, recomeça a operação, que se prolonga indefinidamente.
Iemanjá na Umbanda A imagem tradicional de Iemanjá na Umbanda
Na Umbanda, além de protetora da vida marinha, Iemanjá é principalmente a protetora da família e apara a cabeça dos bebês no momento de nascimento. Na tenda ou terreiro, dá sentido à comunidade e faz de sua convivência num ato familiar, criando raízes e dependência. Proporciona sentimento de irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam e o sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos pais-de-santo e mães-de-santo com seus filhos espirituais. O amor ao próximo, principalmente ao parentes, e a harmonia familiar são relacionados a Iemanjá.
As guias de Iemanjá são geralmente de cristal transparente, às vezes também brancas, azul-claras, verde-claras ou rosadas. É comemorada em 15 de agosto, dia dedicado a várias invocações de Nossa Senhora, notadamente Nossa Senhora da Glória e também na noite de 31 de dezembro, quando centenas de milhares de adeptos e simpatizantes, perto da meia-noite, acendem velas ao longo das praias, saltam sobre as ondas e jogam flores e presentes no mar. É também chamada Deusa das Pérolas, Senhora da Calunga Grande (o mar) e Senhora da Coroa Estrelada.
Em Rio Grande, Rio Grande do Sul, na comemoração católica da Nossa Senhora dos Navegantes, em 2 de fevereiro, a imagem da santa vai até o porto, onde as embarcações páram e são recepcionadas por umbandistas que carregam a imagem de Iemanjá.
Na Umbanda, os orixás, na maioria, são tradicionalmente representados por estampas populares dos santos católicos com os quais são sincretizados. Iemanjá, porém, é uma exceção. A imagem de Nossa Senhora foi geralmente substituída pela imagem de uma mulher branca e esbelta que surge das águas, com longos cabelos pretos esvoaçando ao vento, coroada com um diadema de pérolas com uma estrela-do-mar no alto. Usa uma ampla túnica de musselina branca-azulada, com uma longa cauda da qual se desprendem rosas brancas e estrelas douradas que flutuam nas ondas. Possivelmente, foi influenciada por representações de Ísis ou "Ísis Sofia", em obras esotéricas e gnósticas.
Segundo Monique Augras, essa imagem esvaziada de conteúdo sexual, desafricanizada e moralizada, impôs-se como única representação de Iemanjá, a ponto de moldar a expressão corporal de suas sacerdotisas, ao passo que a figura de Pombagira, em contraste, assumiu toda a sensualidade subversiva e agressiva da sexualidade feminina.

MITOLOGIA

LENDA (Arthur Ramos)

Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Oduduwa, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ejá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.
Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xangô, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.
Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xangô (por extensão, os outros orixás fálicos).
Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.
A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Oduduwa (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.
Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.
Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.
Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de aiyê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.
Obatalá e Oduduwa, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.
A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.
Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe".
Fonte: Deusa Iemanjá
Mitos de Iemanjá:
• Iemanjá foi casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Ọlọfin, rei de Ifé, com o qual teve dez filhos, dois dos quais, podem ser identificados com os orixás Oxumaré e Xangô. Iemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, fugiu mais tarde em direção ao Oeste. Outrora, Olóòkun lhe havia dado, por precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois "não se sabe jamais o que pode acontecer amanhã", com a recomendação de quebrá-la no chão em caso de extremo perigo. E assim, Iemanjá foi instalar-se no "Entardecer-da-Terra", o Oeste. Ọlọfin-Odùduà, rei de Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Iemanjá, em vez de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para Òkun, o oceano, lugar de residência de Olóòkun (Olokum).
• Iemanjá possuía seios mais que majestosos, ou somente um deles, segundo outra versão. Antes do casameno, ela preveniu o marido de que não toleraria a menor alusão desagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal vivia feliz. Uma noite, porém, o marido, embriagado com vinho de palma e não mais podendo controlar as suas palavras, fez comentários sobre seu seio volumoso. Tomada de cólera, Iemanjá bateu com o pé no chão e transformou-se num rio a fim de voltar para Olóòdun.
• Ao criar o mundo, Olorum definiu os poderes e os trabalhos de cada orixá. Para Iemanjá sobraram apenas as tarefas domésticas da casa de seu esposo Oxalá. Muito chateada por ter sido esquecida por Olorum, desatou a reclamar dia e noite nos ouvidos do marido. Aonde Oxalá ia, Iemanjá ia atrás reclamando em altos brados, durante meses e meses.Tantas foram as queixas de Iemanjá que Oxalá enlouqueceu e já não sabia fazer mais nada, abandonou suas atribuições e ficava a cantarolar músicas sem sentido totalmente alheio do mundo. Diante disso a esposa desesperou-se. Sabia que não seria perdoada por Olorum e o castigo deste seria terrível. O mundo precisava muito da atenção e dos cuidados de seu marido. Arrependida, passou a cuidar do ori do esposo com banhos e muitas comidas, sempre feitos com carinho e amor. O desvelo dela foi tão grande que Oxalá curou-se. Olorum então, reconhecendo o bem que Iemanjá proporcionou a humanidade, deu-lhe o poder de cuidar dos oris de todos os homens da terra. Assim ela passou a ser a dona de todas as cabeças e a receber sacrificios como todos os outros orixás.
Iemanjá Rainha do Mar

Representações de Iemanjá no Candomblé: a de verde, Asèssu, a de azul, Assabá.
Iyemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja "Iemanjá" ou Yemoja, é um orixá africano, cujo nome deriva da expressão Iorubá "Yèyé omo ejá" ("Mãe cujos filhos são peixes"), identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejibe e ossá, representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba yemanja.
África
Na Mitologia Yoruba, a dona do mar é Olokun que é mãe de Yemanjá, ambas de origem Egbá. Yemojá, que é saudada como Odò (rio) ìyá (mãe) pelo povo Egbá, por sua ligação com Olokun, Orixá do mar (masculino (em Benin) ou feminino (em Ifé)), muitas vezes é referida como sendo a rainha do mar em outros países. Cultuada no rio Ògùn em Abeokuta
História
Pierre Verger no livro Dieux D'Afrique registrou: "Iemanjá, é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemanja. Com as guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornaram-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún, o orixá do ferro e dos ferreiros."
BrasilYemanja - escultura de Carybé em madeira (Museu Afro-Brasileiro, Salvador (Bahia), Brasil.
No Brasil, a orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras, e até por membros de religiões distintas.
Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de Fevereiro, a maior festa do país em homenagem à "Rainha do Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar oferendas para a divindade. A celebração também inclui o tradicional "Banho de pipoca" e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à Orixá.
Na Umbanda, é considerada a divindade do mar, além de ser a deusa padroeira dos náufragos, mãe de todas as cabeças humanas.
Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta. Além da grande diversidade de nomes africanos pelos quais Iemanjá é conhecida, a forma portuguesa Janaína também é utilizada, embora em raras ocasiões. A alcunha, criada durante a escravidão, foi a maneira mais branda de "sincretismo" encontrada pelos negros para a perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que consideravam inadmissíveis tais "manifestações pagãs" em suas propriedades. Embora tal invocação tenha caído em desuso, várias composições de autoria popular foram realizadas de forma a saudar a "Janaína do Mar" e como canções litúrgicas.

Arquétipo
Seus filhos e filhas são serenos, maternais, sinceros e ajudam a todos sem exceção. Gostam muito de ordem, hierarquia e disciplina. São ingênuos e calmos até demais, mas quando se enfurecem são como as ondas do mar, que batem sem saber onde vão parar. São vaidosos mais com os cabelos. Suas filhas sabem seduzir e encantar com a beleza e mistérios de uma sereia. Geralmente as filhas de Iemanjá têm dificuldade em ter filhos, pois já são mães de coração de todos.
Qualidades
Yemowô - que na África é mulher de Oxalá,
Iyamassê - é a mãe de Sàngó,
Yewa - rio africano paralelo ao rio Ògún e que frequentemente é confundido em algumas lendas com Yemanjá,
Olossa - lagoa africana na qual desaguam os rios Yewa e Ògún,
Iemanjá Ogunté - que casa com Ògún Alagbedé,
Iemanjá Asèssu - muito voluntariosa e respeitável,
Iemanjá Saba ou Assabá - está sempre fiando algodão é a mais jovem.
• Dia: Sábado.
• Data: 2 de fevereiro.
• Metal: prata e prateados.
• Cor: prata transparente, azul, verde água e branco.
• Comida: manjar branco, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, ebôya, ebô e vários tipos de furá.
• Arquétipo dos seus filhos: voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, caridosos, solidários em extremo, ingênuos, amigo, tímido, vaidosos com os cabelos principalmente, altivos, temperamentais, algumas vezes impetuosos e dominadores, e tem um certo medo do mar.
• Símbolos: abebé prateado, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes, e pulseiras.
Sincretismo:
Existe um sincretismo entre a santa católica Nossa Senhora dos Navegantes e a orixá da Mitologia Africana Iemanjá. Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem. No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá tem sua data festiva no dia 2 de fevereiro. Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande procissão fluvial.
Uma das maiores festas ocorre em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, devido ao sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes. No mesmo estado, em Pelotas a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Pelotas, que em 2008 chegou à 77ª edição. As embarcações param e são recepcionadas por umbandistas que carregavam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por várias pessoas.
No dia 8 de dezembro, outra festa é realizada à beira mar baiana: a Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Esse dia, 8 de dezembro, é dedicado à padroeira da Bahia, Nossa Senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. Também nesta data é realizada, na Pedra Furada, no Monte Serrat em Salvador, o presente de Iemanjá, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar - também conhecida como Janaína
Na capital da Paraíba, a cidade de João Pessoa, o feriado municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição, 8 de dezembro, é o dia de tradicional festa em homenagem a Iemanjá. Todo o ano, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado e curiosos para assistir ao desfile dos orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se buracos com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.
A tradicional Festa de Iemanjá na cidade de Salvador, capital da Bahia, tem lugar na praia do Rio Vermelho todo dia 2 de Fevereiro. Na mesma data, Iemanjá também é cultuada em diversas outras praias brasileiras, onde lhe são ofertadas velas e flores, lançadas ao mar em pequenos barcos artesanais.
A festa católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, enquanto os terreiros de Candomblé e Umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as casas de santo que realizarão seus trabalhos na areia.
No Brasil, Iemanjá na versão de Pierre Verger, representa a mãe que protege os filhos a qualquer custo, a mãe de vários filhos, ou vários peixes, que adora cuidar de crianças e animais domésticos.

Um comentário:

  1. Sou iniciada ha 34 anos mas só fiquei na roça 10 anaos, depois me afastei , sou de Iemanjá Ogunté e na minha obrigaçaõ de 7 anos foi colocado no meu pé uma corrente com um cadeado, desde entaõ muita coisa mudo eu me afastei da casa mas cuido do Ibá da minha mãe na minha casa, agora meu Babalorixá faleceu e sinto que tenho que fazer alguma coisa, na cidade onde vivo todas as pessoas do santo saõ mais novas que eu...fico na dúvida , ainda tenho a Mâe Pequena e a Yálaxé . devo procura-las ?o Senhor poderia me orientar ? agradeço , Motumbá e muito Axé para o sen hor

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