segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mitologia dos Yorubás

Mito da criação

Na mitologia iorubá o deus supremo é Olorun, chamado também de Olodumare. Não aceita oferendas, pois tudo o que existe e pode ser ofertado já lhe pertence, na qualidade de criador de tudo o que existe, em todos os nove espaços do Orun.

Olorum criou o mundo, todas as águas e terras e todos os filhos das águas e do seio das terras. Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que Oxalá criasse o homem.

Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois da madeira, mas ambos eram rígidos demais. Criou o homem de pedra - era muito frio. Tentou a água, mas o ser não tomava forma definida. Tentou o fogo, mas a criatura se consumiu no próprio fogo. Fez um ser de ar que depois de pronto retornou ao que era, apenas ar. Tentou, ainda, o azeite e o vinho sem êxito.

Triste pelas suas tentativas infecundas, Oxalá sentou-se à beira do rio, de onde Nanã emergiu indagando-o sobre a sua preocupação. Oxalá fala sobre o seu insucesso. Nanã mergulha e retorna da profundeza do rio e lhe entrega lama. Mergulha novamente e lhe traz mais lama. Oxalá, então, cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de mover os olhos, os braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida.

Principais orixás

Na mitologia iorubá, Olodumare também chamado de Olorun é o Deus supremo do povo Yoruba, que criou as divindades, chamadas de orixás no Brasil e irunmole na Nigéria, para representar todos os seus domínios aqui na terra, mas não são considerados deuses, são considerados ancestrais divinizados após à morte.

Orixás:

* Exu, orixá guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.

* Ogum, orixá do ferro, guerra, e tecnologia.

* Oxóssi, orixá da caça e da fartura.

* Logunedé, orixá jovem da caça e da pesca

* Xangô, orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.

* Ayrà, usa cores brancas, tem profundas ligações com Oxalá.
. Normalmente confundido com Xangô, no Brasil, na verdade é uma divindade à parte, que não pertence à família de Xangô. Airá é uma divindade da região de Savé muito embora não existam registros de iniciação para ele nessas terras, seu culto está restrito ao seu templo em Savé, Nigéria. No Brasil, sacerdotes desinformados e sem discernimento criam inúmeras lendas a seu respeito, até dizem que ele seria irmão gêmeo de Xangô, o que é verdadeiramente um absurdo.
Segundo as casas de culto ao orixá, este orixá veste-se de branco e tem profundas ligações com Oxalá. Airá não usa coroa, mas um eketé branco. Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, nem com sal e sim com banha de ori africana. Comeria quiabos, assim como Xangô e Iroko.
Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era considerado um de seus servos de confiança e segundo uma de suas lendas, Airá, tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá deve ser tratado de forma diferente de Xangô e seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá. Por essa rivalidade com Xangô, não se deve coloca-los juntos jamais na mesma casa nem podendo Airá ser posto em cima do pilão de duas bocas, pois provoca a ira de Xangô. Sua cor é o branco e seus ornamentos são prateados.
Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas pode ser relacionado ao vento, seu nome pode ser traduzido como redemoinho, redemoinho é o fenômeno que mais se assemelha a um furacão em território Africano. Airá então pode ser louvado como a divindade que rege o encontro dos ventos. Em território africano, não existe registro ou relatos de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde ele é cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica em território Jeje. Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de Airá e por esta razão muitos atribuem sua filiação à Iemanjá e a Oraniã, assim como Xangô e Aganjú.
No Brasil, Airá é visto, erroneamente, como uma qualidade de Xangô. Airá seria uma face mais amena e pacífica de Xangô. Hoje, com a falta de conhecimento, muitos zeladores preferem iniciar uma pessoas de Airá do que de Xangô, na realidade está cada vez mais difícil encontrarmos filhos de Xangô, em sua grande maioria, os filhos de Xangô estão sendo iniciados em outros Orixás.
Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem possui o carácter, punitivo como Xangô. Este fato, pode ser evidenciado em uma de suas cantigas que diz: "A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor".
Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz, Airá estabelece a paz e possui uma ação mais imediata em suas funções, Airá pode ser qualificado como um sentinela de Oxalá, ou melhor, de Oxalufã é seria ele quem estabelece sua vontade.
Escultura de Xango Casa Branca.
A tradição da Fogueira foi criada por associação ao santo Católico São João, pois na África este ato é inexistente.
Em alguns terreiros de candomblé algumas pessoas afirmam que Airá é uma das qualidades de Xangô. Ele costuma ser visto como uma face mais branda e calma do deus do fogo.
Airá Intilé. Não existem qualidades de Orixá algum, Intilé é apenas um título de Airá que quer dizer "O dono da Casa"
Airá Ibonã. Como já foi dito, não existem qualidades de Orixá algum. Ibonã nada mais é que um título que quer dizer: Ibonã = Quente ou Ibonã = Febril. Este é um título ostentado por muitos outros Orixás, um bom exemplo é o Orixá Omolu.
Airá Osi Mais um título de Airá que quer dizer Osi = Esquerda
* Xapanã (Obaluaiyê/Omolu), Orixá das doenças epidérmicas e pragas.
* Oxumarê, orixá da chuva e do arco-íris.

* Ossaim, orixá das ervas medicinais e seus segredos curativos.

* Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestade, e do Rio Niger

* Oxum, orixá feminino dos rios, do ouro e amor.

* Yemanjá, orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de todos os Orixás de origem yorubana.

* Nanã, orixá feminino das águas das chuvas, dos pântanos e da morte, mãe de Obaluaiyê, Iroko, Oxumarê e Ewá, orixás de origem daomeana.

* Yewá, orixá feminino do rio Yewa, senhora da vidência, a virgem caçadora.

* Obá, orixá feminino do rio Oba, uma das esposas de Xangô juntamente com Oxum e Iansã.

* Axabó, orixá feminino da família de Xangô.

Axabó é um Orixá feminino africano, cultuado na Bahia, mas pouco conhecido, é da família de Xangô.
* Ibeji, orixás gêmeos
* Iroko, orixá da árvore sagrada (conhecida como gameleira branca no Brasil).

* Egungun, ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.

* Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna.

Iyami-Ajé - (Iyá Mi Ajé = Minha Mãe Feiticeira) também conhecida por Iyami Oxorongá - é a sacralização da figura materna, por isso seu culto é envolvido por tantos tabus. Seu grande poder se deve ao fato de guardar o segredo da criação. Identificada no jogo do merindilogun pelo odu Ôxê
Tudo que é redondo remete ao ventre e, por consequência, as Iyá Mi. O poder das grandes mães é expresso entre os orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Iyá Mi é manifesto em toda mulher, que, não por acaso, em quase todas as culturas, é considerada tabu.
Iyami Ajé na forma de pássaro (Coruja Rasga-Mortalha[1] ou coruja rasgadeira) pousa nas árvores favoritas durante a noite principalmente na jaqueira (Artocarpus heterophyllus). Contam os antigos africanos que quando a coruja rasgadeira sobrevoa fazendo seu ruído característico ou aproxima-se de uma casa é porque vai morrer alguém.

* Onilé, orixá relacionado ao culto da terra. Onilé é um Orixá que representa a base de toda a vida, a Terra-Mãe, tanto na vida como na morte, se caracteriza por ser o princípio e representação coletiva dos elegun e Egungun. é o primeiro a receber as oferendas e a ser evocado nos ritos dos sacrifícios. Todo terreiro possui o acento de Onilé, um deles pode ser observado no centro do Barracão de (candomblé), denominado como o fundamento da casa ou simplesmente Axé da casa, onde todos sabiamente reverencia este local. Também chamado pelo "Povo de santo" de Oluaye, Aiê, Ilê e Sakpatá.
Em algumas tradições, Onilé é uma divindade feminina, representa a Mãe Terra (onde acolhe os ancestrais), Egungun. Conta-se que quando Olorum reuniu os orixás para dividir o poder sobre a criação entre eles, uma de suas filhas, Onilé, escondeu-se sob a terra. E acabou ganhando por este motivo poder e autoridade sobre ela. A primeira parte de todos os sacrifícios de (Ejé) sangue é sempre derramada sobre a terra, independente de para qual entidade ou divindade seja o sacrifício, este gesto é uma forma de lembrar e reconhecer o poder de Onilé. Tudo vem da terra e a ela retorna.
* OrixaNlá (Oxalá) ou Obatalá, o mais respeitado Orixá, Pai de todos os Orixás e dos seres humanos.
* Ifá ou Orunmila-Ifa, orixá da Adivinhação e do destino.
Na mitologia Yoruba, Orunmilá é um orixá, e divindade da profecia, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejibe.
Ele é reconhecido como "ibi keji Olodumare" (segundo só a Olodumare (Olorum, Deus)) e "eliri ipin " (testemunha da criação).
Orunmilá também é às vezes chamado Ifá (ee-FAH ") que é de fato a incorporação do conhecimento e sabedoria e a forma mais alta da prática de adivinhação entre os Yorubas.
Embora Orunmilá não seja de fato Ifá, a associação íntima existe, porque ele é o que conduz o sacerdócio de Ifá.
Ifá é o nome de um Oráculo dos Yoruba na Nigéria.
Os sacerdotes de Ifá são chamados Babalawo (o pai dos segredos).

* Odudua, orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba. África
Oduduwa, foneticamente escrito como Odùduwà, e às vezes contraído como Odudua e Oòdua. Oduduá é uma das divindades primordiais. Ela é considerada, ao lado de Obatalá como o casal primordial e propulsor da criação. Cada um foi incumbido de determinadas funções no papel da criação do Aiyê, o universo incluindo o mundo em que vivemos. O universo é visto dentro do culto aos Orixás como uma grande cabaça e esta cabaça é representada por Oduduá e Obatalá. Oduduá é considerada como a parte de baixo da cabaça e Obatalá é considerado como a parte de cima da cabaça.
O nome Oduduá pode ser traduzido como a cabaça de onde jorrou a vida. Muitos costumam se enganar e a afirmar que Oduduá seria um Orixá masculino ao invés de masculino, mas o que ocorre é uma confusão entre a divindade feminina Oduduá com o ancestral iorubano divinizado Oduduá, que na verdade é conseiderado em território africano como sendo uma forma humana da deusa Oduduá, ou seja, o guerreiro legendário e a deusa Oduduá seriam as mesmas pessoas. Esta é uma visão muito ampla no que concerne à essência divina mas isso é algo que vai muito além da capacidade de aceitação de algumas pessoas e sacerdotes.
O surgimento de Oduduá, bem como o de Obatalá, é muito interessante. Diz-se que involuntariamente nos primórdios da criação, quando a única coisa existente nos mundos era o Olorun, a grande energia primordial, Oduduá, a deusa, surgiu do corpo de Olorun, a grande energia primordial, assim como Obatalá e outra tantas divindades.
Foi Oduduá quem criou a terra e todo o universo como o conhecemos e, ao lado de Obatalá, possibilitou o surgimento da vida.
Brasil
É um Orixá, Odùduà - Oduduwa - Odùduwà , foi um rei que teria vindo do leste, no momento das correntes migratórias causadas por uma invasão berbere no Egito.
Segundo Pierre Verger, esse fato provocou deslocamentos de populações inteiras, expulsando-se progressivamente umas às outras, em direção ao oeste, para terminar em Borgu, também chamada região dos Baribas.
O rei Oduduwa ou Oduwa, era o pai de Oranian o fundador de Oyo.
* Oranian, orixá filho mais novo de Odudua. Oranyan (também conhecido como Oranmiyan) foi um rei Yoruba da cidade de Ife, Nigéria. Era o filho mais novo de Oduduwa e foi o mais poderoso de todos, e mais famoso em toda nação Yoruba. Famoso como caçador e pelas grandes e numerosas conquistas. Foi o fundador do Reino de Oyo por volta de 1400. Em Ifé existe um monolito que tem o nome Opa Òrànmíyàn em sua homenagem.
Uma de suas mulheres, Torosi, que era filha de Elémpe, rei da nação Tapá (Nupe), foi a mãe de Xangô que mais tarde veio ser o Alaafin de Oyo no lugar de seu irmão mais velho Dadá Ajaká, Oranian colocou seu outro filho, Eweka, como rei de Benim, e se tornou o Óòni de Ifé.
História
Pierre Verger, em "Orixás, Editora Corrupio" descreve um Itan que fala do nascimento de Oranyan: "Oranyan foi concebido em condições muito singulares, que sem dúvida, espantariam os geneticistas modernos. Uma lenda relata como Ogum, durante uma de suas expedições guerreiras, conquistou a cidade de Ogotún, saqueou-a e trouxe um espólio importante. Uma prisioneira de rara beleza chamada Lakanjê agradou-lhe tanto que ele não respeitou sua virtude. Mais tarde, quando Oduduwa, pai de Ogum, a viu, ficou perturbado, desejou-a por sua vez e fez dela uma de suas mulheres. Ogum, amedrontado, não ousou revelar a seu pai o que se passara entre ele e a bela prisioneira. Nove meses mais tarde, Oranyan nascia. O seu corpo era verticalmente dividido em duas cores. Era preto de um lado, pois Ogum tinha a pele escura, e pardo do outro, como Oduduwa, que tinha a pele muito clara... Essa característica de Oranyan é representada todos os anos em Ifé, por ocasião da festa de Olojó, quando o corpo dos servidores do Oòni é pintado de preto e branco. Eles acompanham Óòni de seu palácio até Òkè Mògún, a colina onde se ergue um monolito consagrado a Ogum. Essa grande pedra é cercada de màrìwò òpè, franjas de palmeiras desfiadas, e, nesse dia, os sacrifícios de cão e galo são aí pendurados. Óòni chega vestido suntuosamente, tendo na cabeça a coroa de Oduduwa. É uma das raras ocasiões, talvez mesmo a única do ano, em que ele a usa publicamente, fora do palácio. Chegando diante da pedra de Ogum, ele cruza por um instante sua espada com Osògún, chefe do culto de Ogum em Ifé, em sinal de aliança, apesar do desprazer experimentado por Odùduà quando descobriu que não era o único pai de Oranyan."
* Baiani, orixá também chamado Dadá Ajaká.
Baiani, Bayanni ou Dada filho de Òrànmíyàn é irmão mais velho de Xangô e Soponna. Tornou-se Alaafin de Oyo Pacífico, foi um rei fraco que quase não reinou.
No Brasil é chamado de Bayanni ou Dadá Ajaká, é representado por uma coroa de búzios chamada de Ade Bayanni ou Adê de Banni é enfeitada de búzios com diversas tiras pendentes.
Orixá cultuado no Terreiro do Gantois, tem uma festa anual chamada Festa de Baiani muito concorrida por ser talvez a única casa de candomblé que cultue este Orixá.
* Olokun, orixá divindade do mar.
África
Na Mitologia Yoruba, Olóòkun ou Olokun - Olokun é o Orixá Senhor do mar, o mar está no seu mais aterrorizante, é andrógino, metade homem e metade-peixe, de caráter compulsivo, misterioso e violento. Tem a capacidade de transformar. É assustador quando irritado. Na natureza é simbolizado pelo mar profundo e é o verdadeiro dono das profundezas do presente, onde ninguém jamais esteve. Representa os segredos do fundo do mar, como ninguém sabe o que está no fundo do mar, apenas Olokun. Também representa a riqueza do fundo do mar e da saúde. Olokun é um dos Orixás mais perigoso e poderoso da culto aos Orixás.
Diz-se que ele foi acorrentado ao fundo do oceano, quando ele tentou matar a humanidade com o dilúvio. Sempre retratado com escudo. Seu culto é na cidade de Lagos, Benin e Ile Ifé. Seu nome vem do iorubá Olokun (Olo: proprietário - Okun: Mar). Representa a riqueza dos fundos marinhos e a saúde. Todo os Babalawôs devem cultuá-lo e sempre deve ser assentado com suas 18 ninfas que são suas esposas, as 9 Olossás e as 9 Olonas. Elas são ninfas da água, representa os rios, córregos, lagoas, cachoeiras, nascentes, lagoas, extensões marinhos e de águas pluviais.
Brasil
No Brasil é cultuada como mãe de Iemanjá e dona do mar (Olokun).
É cultuada nas casas de candomblé tradicionais, mas não toma parte nas festas, não são entoados cânticos no "xirê", assim como acontece com outros orixás (Orunmila, Oduduwa). São assentados mas não são "iníciados" iawos para estes orixás.
Com a vinda de sacerdotes africanos para o Brasil, hoje tenta-se resgatar o culto, porém sem identificação pelos fiéis. Talvez por não se ter conhecimento e sincretismo.
É homenageada durante a Festa de Iemanjá. Em cuba Olokun foe ligado no fundo do oceanos por Oshala pra evitar que com sua força fez calamidage. Nao se sicretiza e nao fala si no por boca de sua filha. No vodum cubano uma etitade que pode ser como Orokun es Nana Burku que representa o principio e a madre de Lemonja.
* Olossá, orixá dos lagos e lagoas. Olóssa ou Olossa - Na Mitologia Yoruba é a divindade das lagoas. É cultuada no Brasil na Lagoa do Abaeté, Salvador, Bahia juntamente com Iemanjá que também é considerada Orixá dos lagos.
* Oxalufon, orixá velho e sábio.
* Oxaguian, orixá jovem e guerreiro.

* Orixá Oko, orixá da agricultura.
Okô é o orixá da agricultura. Possui chibata de couro e um cajado de madeira. Toca uma flauta de osso. Veste branco.
História:
Divindade da agricultura, ligado a colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra. Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época em que os escravos chegaram, não deram muita importância a este Òrìxá, considerando-o como da agricultura, em seu lugar, Òfún, e dos grãos, Obaluaiyê.
Quando se manifesta, traz um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores, além de uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá, pois ambos vestem o branco. Seu Òpásórò (cajado), no Brasil, é confeccionado em madeira. Sendo um Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas. É um Orixá rico.
Seu nome vem do yoruba, significa: Orixá da Palavra. É da agricultura junto com Ogum, e portanto, ligado às colheitas, principalmente de inhame.
É representado por uma estátua de madeira provida de um imenso falo. Seus símbolos são: cajado de madeira, uma flauta, uma chibata de couro, uma faca com fileira de búzios. Na África usam uma barra de ferro como símbolo.
O cajado revela suas relações com as árvores, a flauta revela sua relação com a sexualidade. As abelhas são suas mensageiras.
Tem o poder de curar a malária, à qual estão expostos aqueles que lidam com agricultura. É árbitro de conflitos, especialmente entre mulheres, e não raro, juiz das costumeiras disputas entre os orixás.
Tem um título: Eni duru, que significa aquele que é erigido, personagem em pé, referência a seus atributos fálicos.
Na época da colheita do inhame, ninguem comia o inhame novo sem antes fazer uma festa para Okô. As sacerdotisas do templo do orixá se entregavam aos sacerdotes sexualmente, e todo homem que encontrava uma mulher podia ter relação sexual naquele dia. Na ocasião, todo tipo de vegetais produzidos pela terra eram cosidos e colocados na rua para que todos se servissem à vontade.
Sacrificam-se galinhas d'angola macho, tudo com mel, pois não se usa dendê. Come também cabritos brancos, novos de chifres virado, ou galos brancos com esporão grande, além de pombos brancos. As comidas devem ser brancas como: acassá de Oxalá, inhame cosido em fatias com mel, canjica branca também com mel.
Uma bandeja de madeira contendo côco, cana de açúcar, milho, inhame, todos os produtos da terra, todos crus, como oferenda. Na África, nas suas festas, se cosinha todo tipo de vegetais que são colocados nas praças e ruas para que todos se sirvam.

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