quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

OLOROGUN

Por que os terreiros de candomblé fecham na quaresma? Já que a quaresma é um preceito cristão e que não tem nada haver com a cultura do Orixá, está mais do que na hora de nos desvincularmos desses grilhões escravagistas impostos pela cultura dos homens brancos e de sua religião e costumes. Infelizmente o calendário na maioria dos Templos religiosos de Culto aos Orixás ainda são guiados pelas datas do calendário católico; visto que na época da escravidão os negros não tinham nem lugar dentro da igreja junto com os brancos, ficavam nos fundos sem bancos, sem imagens, sem conforto. Como podemos ver, em uma das maiores festas de Salvador - BA. a lavagem da escadaria da igreja de Nosso Sr. do Bonfim. Paralelamente as casas de axé comemoram o nosso Orixá maior Oxalá em uma cerimônia de extrema humilhação já que a lavagem é feita pelos negros, pelo povo do axé!, agora eu pergunto. Quando o clero irá lavar o chão que os nossos Orixás pisam? Ora, chega de submissão! vamos ter ORGULHO da nossa crença que é mais antiga que a deles!

Ano Novo do Orixá é Equinócio!

Lorogun, lórogún ou olorogum é uma cerimônia ritual que paralisa a maiorias das atividades nos terreiros de candomblé, estimulando seus crentes e adeptos ao descanso coletivo, marcando o final do ano litúrgico.

Período.

O lorogun acontece propositadamente no período da quaresma católica, logo depois do carnaval, terminando justamente no sábado de aleluia (primeiro sábado de lua cheia), onde começa o início do ano litúrgico (Ano Novo) para o povo do santo.

Ritual

Neste ritual não acontece sacrifício animal, embora seja oferecida comida ritual não só aos Deuses, mas à todos os participante, servido diretamente por todos os orixás do terreiro, extraordinariamente vestidos com roupas estampadas, menos os orixás funfuns que sempre estão com os suas vestes brancas. A comida é comportada em duas capangas à tira colo e distribuida a todos os presentes, depois estas capangas são penduradas na árvore sagrada do terreiro.
Em seguida, todos os orixás saem com um ichã (Atori, Atòrì ou Ichã é um apetrecho da cultura Nago-vodum em forma de cipó "vara", feito de uma planta chamada glyphaca lateriflora abraham, inerente aos Orixás nanã, oxaguian, obaluaye, oxumare, ossaim e iansã, principalmente a oya igbale e muito utilizado nos cultos de egungun.
Indispensável na festa do pilão e na construção de vários objetos sagrados como xaxará, ibiri e oposaim, sua imitação de metal em forma de seta pode ser vista nos assentamentos sagrados igba oxumare, igba ossaim e igba obaluaye, o mesmo material serve para confecção das colheres de madeira sobrepostas no igba nanã. Suas hastes são simbolizadas com os ancestrais e tem finalidade de afastar os espíritos (eguns) para o seu espaço sagrado, e eliminar as energias negativas da comunidade, proporcionando a saúde e longevidade dos crentes. Devidamente enrolado com tecidos ou papéis e começam simbolicamente uma luta, parecido com maculelê, este mesmo objeto é levado e depositado aos pés da árvore sagrada do terreiro. Neste momento todos os orixás seguram nas mãos uma quantidade de folha sagrada, que são passada no corpo de todos os presentes, inclusive uns aos outros, formando um verdadeiro alarido, dando uma impressão de briga "guerra" que é interrompida com a manifestação de oxalá, imediatamente tudo volta a calmaria e todos dançam sob um grande alá (pano branco), os cânticos sagrado deste orixá da paz.

Referências
Orun Aye: Encontro de Dois Mundos JOSE BENISTE

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