NÀNÁ
É o Orisá da vida que representa a morte. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte. Senhora da Morte, é a lama, é a terra em contato com a água. Nàná é o pântano, o lodo sua principal morada e regência. A mais temida entre todos os Orisás. A mais respeitada, a mais velha, poderosa e séria; ela é o encantamento da própria morte. É a força da natureza que o homem mais teme, pois, ninguém quer morrer! Nàná é: a mãe boa; querida; carinhosa; compreensível; sensível; bondosa, mas que, irada, não conhece ninguém. E por isso tudo; devemos o máximo respeito e carinho.
Nanã Buruku
Oh, Buruku, o que te peço, se não quiseres conceder,
é da tua conta! (oração ewe)
Oh, Buruku, deixa-me negociar
sem nenhum proveito! (oração iorubá)
Entre os ewe e os fon da República do Benin (Daomé) Deus é conhecido como Nanã Buluku. Adotada pelos egba sob o nome Buruku, veio a ser cultuada entre os iorubás como divindade e não como o Ser Supremo. Em ewe e fon, a expressão Nana Buruku tem o seguinte significado: Nana = velho ou antigo / buruku é o nome de Deus. Assim, Nanã Buruku significa Deus Antigo. Foi levada para Abeokuta pelos sabe, um povo vizinho, mais especificamente, por uma mulher escrava e é considerada particularmente poderosa por ser filha do Ser Supremo. Por essa razão é chamado também de Omolu, literalmente, filho de Deus (Omo Oluwa: Omo = filho /Oluwa = Deus).
Tanto os ewe como os egba consideram Buruku andrógino. Entre os iorubás, é chamado Buruku, o aspecto masculino e Omolu, o feminino. É cultuada principalmente por mulheres, sendo as formas ritualísticas semelhantes às adotadas pelos ewe e fon em seus cultos a Nanã -Buruku, o Ser Supremo.
Buruku, considerado uma divindade de temperamento difícil, responsável por muitas misérias e adversidades, se devidamente apaziguada, revela-se poderosa e benevolente. Seus iniciados não devem faltar às obrigações de culto, sob pena de tornarem-se vítimas de infortúnios. Os recém-nascidos, mulheres em adiantado estágio de gravidez, mulheres menstruadas ou que acabaram de ter relações sexuais são proibidas de aproximarem-se do santuário. Apenas após a menopausa podem as mulheres tornarem-se sacerdotisas de Nanã Buruku e são as únicas autorizadas a oferecer sacrifícios, devendo os demais permanecer do lado de fora do santuário.
Seu santuário possui, geralmente, dois aposentos, num dos quais se guarda os objetos sagrados, nele podendo entrar apenas a sacerdotisa e quatro ou cinco de suas co-oficiantes. Entre os ewe, os assentamentos de Buruku freqüentemente ficam a céu aberto. Consistem num montículo de barro no qual estão embutidos dois ou três potes de cerâmica de boca voltada para baixo. Tais potes permanecem ocultos a olhos profanos. Nanã aceita em sacrifício água fria, obi, orobô, óleo de palmeira, banana, mingau e animais.
Em seu santuário é guardado o edon (metal), que consiste em imagens gravadas em ferro, uma representando o aspecto masculino da divindade e outra o feminino. Ali são guardadas também outras imagens belamente esculpidas em madeira, com distintos formatos, algumas representando mulheres grávidas ou carregando bebês às costas, ou oferecendo o seio ao filho. Tais imagens, expressões dos tabus da divindade, são retiradas do santuário e carregadas em procissão nos festivais anuais, que duram três meses.
Durante o festival em sua homenagem os aspirantes à iniciação recebem instruções e perdem temporariamente a capacidade de falar: regridem a estágios anteriores do desenvolvimento e falam como criancinhas que estivessem ainda aprendendo. No final desse período, resgatam a capacidade lingüística e retornam para casa entre canções e outras expressões de regozijo.
Mitologia: Nàná, senhora de Dassa Zumê, mãe de Òsùmàrè, Osányìn, Obàlúwaìyé e Ewá. Elegante senhora, nunca se meteu na vida dos outros. Nunca se preocupou com o que este ou aquele fazia de sua própria vida. Tratou sempre de si e dos filhos, de forma nobre, embora tenha sido sempre precoce em tudo.
Precauções: Evitar remédios, cuidado com acidentes domésticos, fogo e mar.
Elemento: Terra e Água.
Dia da Semana: Segunda-feira e/ou Sábado.
Semana Yorubá: Ojo Isegun.
Cor: Branco, Azulão, Lilás e Rosa.
Saudação: Saluba.
Adorador: Omo Nàná.
Metal: Prata, Alumínio e Zinco.
Mineral: água marinha, opala, ônix e turmalina.
Profissão: Pedagogia, Serviço Social, Antropologia e Medicina.
Poder: Morte.
Força da Natureza: Pântano, garoa, lagoas e águas paradas.
Fruto: Melão e Obí.
Flor: Rosas, Camélias (brancas).
Comidas secas: feijão preto, milho branco, bertalha, mostarda (efó) e feijão fradinho.
Aves: galinha , galinha de angola e pombas.
Quadrúpedes: cabra e rã, sendo que esta última não se sacrifica.
Èèwò: carneiro.
Símbolos: Ibiri, 02 brajás.
Indumentária: Azul e principalmente o Branco.
Ritmos: Agere, Ilu.
Folhas:
ÀBÁMODÁ – Bryophylum pinnaturn Kurg. CRASSULACEAE – Folha da fortuna.
ÀLÙPÀYÍDÀ – Sida linifolia Cev. MALVACEAE – Língua de galinha.
GBÓRÒAYABA – Ipomea pes-caprea Sweet , CONVOLVULACEAE – Salsa –brava.
GÒDÓGBÓDÒ – Commelina communis Vell., COMMELINACEAE – Marianinha.
IDÉ – Cyathea arborea Smith , CYATHEACEAE – Feto.
Ìmu – Begônia saxifraga DC , BIGNONIACEAE – Azedinha.
IYÁBEYÍN – Ruellia geminiflora Kulf , ACANTHACEAE – Mãe-boa.
JOBO / LÀTÓRIJË – Hyptis pectinata Poit , LABIATAE – Neve.
KÚRUKURÚ – Ipomoea salzmanii Choizy , CONVOLVULACEAE – Batatinha.
ÒMUN – Lygodoum polymorphum H.B.K. , SCHIZAECEAE – Samambaia.
SOLÉ – Eupatorium ballataefoium H.B.K. , COMPOSITAE – Maria preta verdadeira.
Arquétipo
É o das pessoas que agem com calma, benevolência, dignidade e gentileza. Das pessoas lentas no cumprimento de seus trabalhos e que julgam ter a eternidade à sua frente para acabar com seus afazeres. Elas gostam das crianças e educam-nas, talvez, com excesso de doçura e mansidão, pois tem tendência a se comportarem com a indulgência dos avós. Agem com segurança e majestade. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-se sempre no caminho da sabedoria e da justiça. São velhas antes do tempo, equilibradas, trabalhadoras, têm reservas sobre os homens, resistência física, austera, não suporta desordem e desperdício, reclamam muito, são sábias, carinhosas, ranzinzas, são dadas a cozinhar e a costurar.
Cargos no Ilé Obàlúwaìyé :
Sincretismo: Senhora Santana.
Arte: Carybé - Nanã - Aquarela
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