ÒSÙMÀRÈ
Òsùmàrè é o arco-íris que vai colorir o céu. É a beleza da cor, a hipnose da serpente, a felicidade do lucro, a continuidade da vida. Òsùmàrè é a atividade e a mobilidade. É o Senhor de tudo que é alongado. Ele é o símbolo da continuidade e da permanência, é representado por uma serpente que morde a própria cauda.
Òsùmàrè na África
É a cobra-arco-íris em nagô, uma de suas funções é a de dirigir as forças que dirigem o movimento. Ele é o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical que está sob o seu controle, é enterrado, geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.
Ele representa também a riqueza e a fortuna, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás. Em alguns pontos se confunde com o Vodun Dan da região dos Mahi.
É o símbolo da continuidade e da permanência, algumas vezes, é representado por uma serpente que morde a própria cauda. Oxumarê é um orixá completamente masculino, porém algumas pessoas acreditam que ele seja macho e fêmea, porém o orixá feminino que se iguala a Oxumarê é Ewá sua irmã gêmea que tem domínios parecidos com o dele. Enrola-se em volta da terra para impedí-la de se desagregar. Rege o princípio da multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos.
De múltiplas funções, diz-se que é um servidor de Xangô, que seria encarregado de levar as águas da chuva de volta para as nuvens através do arco-íris.
É o segundo filho de Nanã, irmão de Osanyin, Ewá e Obaluayê, que são vinculados ao mistério da morte e do renascimento. Seus filhos usam colares de búzios entrelaçados formando as escamas de uma serpente que tem o nome de Brajá, usam também o Lagdigbá como Nanã e Omolu. Oxumarê no Brasil
No Brasil, as pessoas dedicadas a Oxumarê usam colares (fio-de-contas) de missangas ou contas de vidro amarelas e verdes; a terça-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. Seus iniciados usam Brajá - longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecerem escamas de serpente, e trazem à mão um ibiri, espécie de vassoura feita com nervuras das folhas de palmeiras. Quando dançam levam nas mãos pequenas serpentes de metal, apontam o dedo indicador para o céu e para a terra, num movimento alternado. A Suas oferendas são feitas de patos, feijão, milho e camarões cozidos no azeite de dendê.
Certa lenda conta que ele era, outrora, um (Babalawo) adivinho, "filho de proprietário-da-estola-de-cores-brilhantes". Em outra lenda o mesmo tema aparece: "Este mesmo Babalawo Oxumarê vivia explorado por Olofin-Odudúa, o rei de Ifé, seu principal cliente". Oxumarê consultava-lhe a sorte de quatro em quatro dias.
Sua nação é o Jeje, onde é considerado como Dan, e tido como rei do povo Djedje (jeje) é uma palavra de origem yorubá que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército.
Na nação Jeje, sua cor é o amarelo e preto de miçangas rajadas. Já no Ketu, suas cores são o verde e amarelo intercaladas. Porém essas cores definem apenas o fio-de-contas, pois todas as cores do arco-íris lhe pertencem.
Seus filhos, assim como conta a lenda de Oxumarê, em sua maioria no início passam por muitas dificuldades, quase miseráveis, porém mais tarde, dando a grande volta em seu caminho, se tornando ricos, poderosos, e muitas vezes orgulhosos. Porém, nunca se negam a ajudar quando alguém realmente precisa deles. E não raro, é ver um filho de Oxumarê se desfazer de algo seu, em favor do necessitado, com a maior facilidade... Contrapondo seu estado de orgulho e ostentação, a exibir sua riqueza.
São pessoas de temperamento fácil de lidar estando calmas, porém, se torna terrível quando com raiva, representando nesse estado a Serpente, que vem trazendo o lado negativo de Oxumarê, o seu lado mais perigoso.
Oxumarê dentro do candomblé se divide em duas qualidades: - Oxumarê macho, representado pelo arco-íris _ Oxumarê fêmea, chamado de FREKUEM, representado pela Serpente. Identificado no jogo do merindilogun pelo odu Iká e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxumare.
Mitologia: Irmão gêmeo de Ewá e tem como irmãos mais velhos Osányìn e Omolú – todos filhos de Nàná – Òsùmàrè sempre foi frágil, franzino, mas dotado de grande inteligência e capacidade.
Precauções: Cuidado com eletricidade, raios e chuvas fortes.
Elemento: terra / água.
Dia da Semana: Terça-feira.
Semana Yorubá: Ojo Isegun.
Cor: Amarelo e preto.
Saudação: Awo boboi.
Adorador: Omo Òsùmàrè.
Metal: Prata e Cobre.
Mineral:
Pedra Preciosa: Ágata e Safira.
Profissão: Viajante, veterinária, pedagogia e jornalismo.
Poder: Sustentar o planeta Terra.
Força da Natureza: Arco-íris.
Fruto: todas aquelas que enramam banana da terra, maracujá, obí.
Flor: Palmas amarelas.
Comida seca: feijão fradinho, milho de galinha, batata doce, ovos cosidos, camarões cosidos.
Aves: galos, patos, pombos e galinhas de angola em cores claras com base no marrom.
Quadrúpedes: bodes claros.
Èèwò: peixe seco ou defumado, carneiro.
Símbolo: Serpente tacará (fruto do Norte), alfanje, turbante com trança colorida, Ibiri Idan.
Indumentária: Verde claro com detalhes de cores do arco-íris, Branco, Azul claro, Amarelo.
Ritmos: Ilu, Ego, Adahun, Hunto, Sato.
Folhas:
Ewé Kúkún-dùkùn – Ipomea batatas L. , CONVOLVULACEAE – Batata-doce.
Pèrègúnkò - Dracaena brasiliensis L . , AGAVACEAE – Coqueiro de Vênus.
Arquétipo: São os das pessoas que desejam ser ricas, das pessoas pacientes e perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem seus sacrifícios para atingirem seus objetivos. Suas tendências à duplicidade podem ser atribuídas à natureza andrógina de seu Orisá. Com o sucesso tornam-se facilmente orgulhosas e pomposas e gostam de demonstrar sua grandeza recente. Não deixam de possuir certa generosidade e não se negam a estender a mão em socorro àqueles que dela necessitam. Dinâmicos e curiosos – inteligentes, espertos, pacientes, perseverantes, exibicionistas, raivosos, possuem cacoetes, dão o bote sem esperar.
Cargo no Ilé Olúwàiyé:
Sincretismo: São Bartolomeu e festejado no dia 24 de agosto.
Arte:
Oxumare - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil.
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